Por que a queda de 45% no preço da gasolina nas refinarias não chega aos postos?
Para tentar explicar o porquê de as seguidas quedas no preço da gasolina e do diesel nas refinarias não terem afetado o preço final pago pelo consumidor, a Federação Nacional do Comércio de Combustíveis e de Lubrificantes (Fecombustíveis) divulgou nota oficial.
“Apesar de a Petrobras divulgar quedas de preços da gasolina e diesel nas últimas semanas, o repasse deste menor custo não acontece na mesma velocidade e proporção nas bombas”, diz a Fecombustíveis .
De acordo com a federação, o principal motivo de a queda nas refinarias não desencadear a redução do preço nas bombas é a cadeia de combustíveis, que é formada por refinarias, distribuidoras e postos. “Pelas regras atuais, os postos não podem comprar gasolina e diesel direto das refinarias. Compram apenas das companhias distribuidoras, que são responsáveis por toda a logística do abastecimento nacional em todos os estados brasileiros.”
A Fecombustíveis destaca que as refinarias comercializam a gasolina A (sem etanol anidro) e diesel A (sem biodiesel) para as distribuidoras e acrescenta que, nas bases de distribuição, são adicionados 27% de etanol anidro e 10% de biodiesel, que, após a mistura, tornam-se gasolina C e diesel C, então vendidos e distribuídos para os postos por meio rodoviário via caminhões-tanques.
O processo longo faz com que o lucro das distribuidoras seja maior com a queda nas refinarias, mas dificulta que o consumidor note rapidamente as seguidas e significativas quedas, sobretudo de setembro em diante. “Como os postos de combustíveis não podem comprar das refinarias, eles só conseguem diminuir os preços quando as companhias distribuidoras eventualmente os reduzam”, justifica a federação.
Os valores cobrados pela Petrobras são de aproximadamente um terço do preço pago nos postos, mas é preciso levar em conta os custos dos biocombustíveis, impostos, fretes e as margens de lucro de todo o processo, o que são os entraves para o consumidor gastar menos.
A Fecombustíveis relembra que os preços dos combustíveis são livres em todos os segmentos no Brasil e que não há interferência no mercado. Portanto, a queda do preço da gasolina e de outros combustíveis depende de cada posto revendedor decidir se repassa a queda de preços nas refinarias ao consumidor final.
MATO GROSSO DO SUL
Com “estoques de combustiveis que não acabam nunca”, o preço da gasolina caiu muito pouco no Estado do Mato Grosso do Sul. Para o proprietário de uma rede de postos de combustível que não quis se identificar, a explicação está no baixo consumo. De acordo com ele, nos últimos dias a venda de gasolina caiu em média 40%. “O efeito disso é também a redução na compra que é realizada pelos postos. Estamos vendendo o produto que foi adquirido antes da baixa de preços”, destacou.
Como o posto compra menos, a distribuidora também tem dificuldade em se desfazer do estoque que custa mais caro. O mercado de combustíveis se regula a partir do consumo semanal. As distribuidoras se abastecem para terem reservas para um período de sete a dez dias. “Esta redução feita pela Petrobras demorou muito para acontecer. Por isso que a gasolina ainda não baixou tanto no Estado”, avaliou.
CAMPO GRANDE
Na Capital a gasolina baixou um pouco e é encontrado pela média R$ 4,10 o litro. O valor é alto se comparado a queda nas refinarias divulgado pela Petrobras, que desde o inicio do ano passa dos 40%. Se os donos dos postos repassar o desconto integral, teremos um valor abaixo dos R$3,00 por litro. A expectativa é que esta redução impacte nas bombas nas próximas semanas.
PETROBRAS QUER PREÇO MAIS BAIXO NAS BOMBAS
O presidente da Fecombustíveis Paulo Miranda, comentou uma cobrança feita pela Petrobras, que afirmou esperar que cortes praticados por ela nos preços da gasolina vendida aos distribuidores, que já acumulam queda de mais de 40% neste ano, cheguem aos consumidores finais, nos postos de combustíveis. A declaração da Petrobras, enviada à imprensa, foi feita em momento em que os postos praticamente não refletiram as reduções aplicadas pela estatal, maior fornecedora de combustível às distribuidoras e postos.
COMO DENUNCIAR NO PROCON
Todo cidadão que se sentir lesado em sua relação a possível preço abusivo nos postos de combustível do Mato Grosso do Sul, tem à disposição um número de telefone para denunciar. Basta discar 151 ou pelo site: http://www.procon.ms.gov.br/fale-conosco/.
HORÁRIO DE ATENDIMENTO DO PROCON/MS
07:00h às 19:00h
Rua 13 de junho, 930 – Esquina Rua Maracaju
Campo Grande – Mato Grosso do Sul
PABX – (67) 3316 – 9800
Disque Denúncia – 151
Fax – (67) 3316 – 9842