Poesia – Enferrujamentos d’alma, por Athayde Nery
Enferrujamentos d’alma
I
Assovios amanhecem sobre mim. Riscam espaços silenciosos A solidão é uma enchente de saudades. Sempre que acordo cismado compreendo que estou vivo de sentidos. E assim só, somente só, saio a procurar devaneios sinceros.
II
Ferrugens poéticas dormem nos espelhos d’água. Olhares se desembestam em criâmes vários. Registro de sorrisos repentinos, por exemplo, sempre ajudam. Sandices camufladas, geralmente carecem de borrifamentos de voos abertos. Como aquele de tuiuiú voltando pro ninho
III
Achar assunto idílico Lampejos que se cristalizam como lágrimas incandescentes. Só a rã sabe entender a frequência da infrequência. Estranhas manias semânticas.
IV
Romântica interação do distante. Eis um belo começo. Sonhar é tão bom quanto ter você. Experiências não podem dormir. Palavras quando tem insônia ficam esquecidas de poesia. Ah! As palavras não estão sonhando em mim. Só se pratica existência, existindo. Estou começando a neblinar poesias.
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