“Pau de arara” e ônibus precário: a dura sina de crianças a caminho da escola
A compra de ônibus escolares foi ampliada na última década, mas caminhões e caminhonetes “pau de arara” e ônibus com mais de 30 anos de uso continuam sendo utilizados no transporte de estudantes em estados do Nordeste brasileiro. Os veículos, sem cinto de segurança, têm bancos rasgados, pneus carecas, motor descoberto, vidros quebrados e galões de gasolina no seu interior.
Em fevereiro do ano passado, em Choró (CE), foram encontrados uma caminhonete com 27 anos de uso e um caminhão com 24 anos, com banco de madeira solto na carroceria. O veículo tinha pneus completamente desgastados. Em dezembro de 2018, a Prefeitura de Massapê (PI) utilizava 15 caminhonetes e cinco caminhões no seu transporte escolar.
O programa Caminho da Escola, para a compra de ônibus, minguou no governo Temer e retomou os investimentos do governo Bolsonaro, mas ainda longe das cifras registradas no primeiro mandato do governo Dilma, quando foram gastos R$ 1,7 bilhão, em valores atualizados – dinheiro suficiente para comprar 8 mil ônibus. O governo Bolsonaro entregou 1,3 mil ônibus no ano passado – um investimento em torno de R$ 300 milhões.
Mas o estado dos ônibus em circulação é deplorável. Neste texto, eu mostro que há vidros quebrados, bancos rasgados, ferragens expostas e até mesmo o risco de escalpelamento. Leia o texto no link abaixo.
“O pior estado de conservação no interior dos veículos foi encontrado em Anapurus (MA), em agosto do ano passado. Bancos de ônibus estavam com capas rasgadas e sem parte da espuma de proteção, com barras de ferro expostas, gerando riscos em caso de acidentes. Num deles, o extintor de incêndio se encontrava com a validade vencida havia 5 anos. Outro ônibus sequer tinha o equipamento. Em 10 veículos não havia pneu estepe.”