Para acelerar reforma, ponte no Rio Paraguai receberá segunda rampa metálica
Previsão inicial era de que reparos no primeiro ponto seriam concluídos em 15 dias. Mas, um mês depois seguem sem previsão de término
A primeira estrutura metálica foi instalada no dia 18 de fevereiro e a previsão era de que em 15 dias os trabalhos de reconstrução da pista de concreto nesse local estariam concluídos e ela seria levada para o próximo. Ao todo, são cinco pontos em que a laje precisa ser reconstruída.
Porém, 30 dias já se passaram e o primeiro ponto de concretagem ainda não foi feito. E, por conta desta demora bem superior ao previsto, uma segunda “ponte” de metal deve ser instalada até o final da próxima semana, conforme previsão feita pela assessoria da Agesul.
Essa estrutura metálica é uma espécie de rampa, de 17 toneladas, montada em São Paulo, que suporta o peso de 70 toneladas das carretas com minérios sem que elas encostem no concreto que está sendo refeito nos cinco pontos colapsados.
E, apesar da lentidão dos trabalhos, a Agesul mantém a previsão de que a reforma seja concluída em abril e o tráfego será restabelecido. Desde 21 de março do ano passado somente uma das pistas da ponte está liberada.
Além disso, caminhões com o excesso de peso estão sendo barrados e um limite de velocidade foi imposto para estancar o crescimento dos danos e garantir a segurança dos operários que estão trabalhando na reforma.
Pela ponte passam, em média, 800 veículos por dia. Somente caminhões com minério são em torno de 350. E a BR-262 é a única rodovia asfaltada de acesso às cidades de Corumbá e Ladário, onde residem 118 mil pessoas.
Nos dias da concretagem dos cinco pontos danificados será necessário interromper por completo a passagem de veículos por um período de pelo menos 12 horas. A previsão é de que isso ocorra durante a noite, em datas que ainda não foram anunciadas.
Inicialmente a direção da Agesul chegou a anunciar que as interrupções totais do tráfego poderiam durar até três dias (72 horas) para garantir uma cura (secagem) adequada deste concreto. Porém, por causa dos transtornos que isso causaria, o Governo do Estado passou a informar que essa cura será possível em apenas doze horas.
HISTÓRICO
Tanto os custos do serviço de controle do pare-e-siga, da ordem de R$ 340 mil mensais, quanto a reforma das lajes, contratadas com a empresa ENGR Engenharia e Consultoria, por quase R$ 1,7 milhão, estão sendo bancados pelo Governo do Estado, embora a ponte esteja instalada em rodovia federal.
Isso acontece porque a ponte, entregue há 23 anos, foi construída pelo governo estadual. Durante a maior parte deste período foi cobrado pedágio e a única obrigação da empresa era fazer a manutenção da ponte.
Mesmo assim, ela foi devolvida sem plenas condições de tráfego. A cobrança de pedágio só acabou em setembro do 2022, mas a empresa responsável, a Porto Morrinho, permaneceu na ponte até 15 de maio do ano passado.
Antes dessa data, porém, o tráfego já começou a fluir somente em meia pista, justamente por conta das falhas na estrutura que agora estão sendo reparadas.
Com 1.890 metros de comprimento e inaugurada em maio de 2001. Em média, a cobrança de pedágio rendia R$ 2,6 milhões por mês no último ao de cobrança. O último contrato de concessão, com a empresa Porto Morrinho, começou em dezembro de 2008, e rendeu em torno de R$ 400 milhões, levando em consideração o faturamento do último ano de concessão.
Em março de 2017, a Porto Morrinho conseguiu um abatimento de 61% no valor da outorga. Na assinatura, em 22 de dezembro de 2008, o acordo previa repasse de 35% do faturamento bruto obtido com a arrecadação tarifária estabelecida em sua proposta comercial. A partir de março de 2017, porém, este valor caiu para 13,7%.
Nos primeiros oito meses depois do fim da cobrança de pedágio, entre setembro de 2022 e maio do ano seguinte, a concessionária continuou cuidando da ponte. Neste período, recebeu pouco mais de R$ 6 milhões dos cofres estaduais. Atualmente, a empresa que controla o tráfego é a empresa RR Ceni Terraplanagem.
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