Papo Reto com a Professora Rosemeire Farias

Ninguém sabe como será o amanhã.

Sexta-feira, dia 5 de novembro, o Brasil foi surpreendido com a notícia de que o avião que transportava a Cantora Sertaneja, Marília Mendonça, havia caído. Eu estava assistindo a algum programa (assistindo e não assistindo, estava trabalhando no computador com a tv ligada) quando aquela vinheta de notícia urgente apareceu no ar. Eu já fico apavorada quando aparece, porque nunca aparece para nos dar notícia boa, sempre aparece para anunciar uma desgraça. Meu coração acelerou rapidamente. Pensei “Deu merda!”

O repórter anunciou a queda do avião. Assim como milhões de brasileiros, meu coração já ficou apertado, passei a acompanhar a cobertura do acidente. As notícias eram desencontradas, foi anunciado que todos foram resgatados com vida. Eu pensei: “gente, foi um milagre”, porque a situação do avião demonstrava que seria praticamente impossível alguém sair com vida.

Sabe aquela esperança que toma conta de nós. Então, preferi pensar que todos estavam bem. Mas, não havia mais sobreviventes. A cena que mais me abalou foi a que mostrou a retirada de um corpo do avião. Estava coberto com um pano branco e aparecia um pedaço da roupa. A roupa da cantora. Eu havia visto um vídeo dela no Instagram (eu também sou uma das milhões de seguidoras da cantora) e ela estava com aquela roupa quadriculada. Foi impactante.

Mas, sabem que mesmo ali eu queria acreditar que ela ainda respirava. Nós nos apegamos a um fio de esperança, mesmo que ele seja muito frágil. Porém, o pior havia acontecido e ouvir a confirmação doeu.

Fiz parte do mar de fãs que choraram muito. Sofri. Ninguém sofreu sozinho, todo mundo sofreu junto. Chorei mais ainda quando vi a tristeza de meus filhos. Minha filha sempre gostou de cantar a música ‘Infiel’ com meu filho tocando violão. Lindos! Minha filha, politizada, crítica e consciente sempre disse: “A Marília é uma mulher de luta como nós”.

Uma frase dita por minha filha naquele dia doeu fundo no meu coração. “Mãe, estou no chão. Ela tinha a minha idade!”. Pois é, 26 anos. Menina talentosa, alegre, com um sucesso estrondoso, filha, mãe, perdeu a vida na plenitude de sua trajetória.

Rapidamente passei a pensar na mãe da cantora. Mãe não poderia nunca enterrar seu filho. Não é a lógica. Mãe tem que ser enterrada pelos filhos. Como mãe consigo mensurar a dor da mãe da cantora. Sofri por isso também, e me veio à mente o pensamento de que não sabemos e nunca saberemos como será o nosso amanhã. Hoje estou aqui batendo papo com vocês. Amanhã não sei o que será de mim.

Por isso, amigos e amigas, não podemos jamais deixar de falar o que sentimos, de fazer o que queremos, porque amanhã poderá ser tarde demais. Então, vivam, amem, sejam e aconteçam! É isso.

Abraços!

Profa Rosemeire Farias

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