OMS vê sinais de estabilização da pandemia no Brasil, mas alerta para alta nos casos
A Organização Mundial da Saúde (OMS) pediu na sexta-feira que os países afetados pela pandemia a “acordem” e combatam o vírus, porque os “números não mentem”. O chamado ocorre enquanto as infecções na América Latina excedem pela primeira vez para as da Europa.
© Twitter Primeira noite de reabertura de bares e restaurantes no Rio causou grande aglomeração
No caso do Brasil, epicentro da pandemia na região, com 1.496.858 infecções e quase 62.000 mortes, o chefe de emergências sanitárias da OMS, Michael Ryan, observou que, embora os números tenham se estabilizado, eles continuam aumentando. “Se você olhar para os números de maio, eles estavam subindo muito, muito abruptamente, os números de junho diminuíram um pouco, mas ainda estão subindo”, disse a autoridade da OMS.
Apesar das dificuldades no Brasil, os bares e restaurantes do Rio de Janeiro reabriram suas portas, limitando sua capacidade a 50% e com a obrigação de manter dois metros entre as mesas.
A América Latina e o Caribe, região onde a epidemia está mais ativa nas últimas semanas, têm 2,7 milhões de infecções e mais de 121.000 mortes. É a segunda área do mundo com os casos mais detectados da doença, à frente da Europa, com um total de 2.6 milhões, de acordo com fontes oficiais. “É hora dos países olharem para os números. Por favor, não ignore o que os números dizem”, disse Ryan.
Mesmo respondendo a uma pergunta sobre o México, Ryab afirmou que a mensagem é dirigida a “muitos países” porque o problema não “desaparece por mágica”.
Com diferentes níveis de impacto, os países latino-americanos estão caminhando para a normalização. O Uruguai, elogiado por seu bem-sucedido controle do vírus, prepara o aeroporto de Montevidéu para os primeiros voos internacionais no próximo domingo e segunda-feira.
O Peru excedeu o limite de 10.000 mortes por vírus (295.599 infecções) e tem hospitais em colapso, mas na sexta-feira anunciou que em 15 de julho retomará o transporte aéreo entre as províncias, incluindo Lima, onde os ônibus transitam repletos de pessoas com máscaras.
O Chile viu a liz pela primeira vez em quatro meses com um relatório na sexta-feira de “números otimistas”. A subsecretária de Saúde, Paula Daza, afirmou que há uma redução no número de infectados, no número de casos ativos e no número de recuperados. Nas últimas 24 horas, foram registradas 3.548 novas infecções, elevando o país a um total de 288.089 infectados e 6.051 mortes.
Por outro lado, a Europa continua sendo a região mais afetada do mundo, com quase 200.000 vítimas. Em todo o mundo, o novo coronavírus já matou mais de 521.000 pessoas e causou mais de 10,8 milhões de infecções.
Nos Estados Unidos, o país mais atingido pela epidemia com mais de 128.000 mortes, as infecções estão se acelerando. Nas últimas 24 horas, atingiu um novo recorde diário com 53.000 casos, um número preocupante na véspera do feriado prolongado de 4 de julho.
Na Europa, onde a propagação do vírus parece controlada, as medidas para tentar salvar a temporada de verão, crucial para muitos países, vêm sendo facilitadas. A partir de 10 de julho, os viajantes que chegarem ao Reino Unido de 73 países e territórios, incluindo Espanha, mas nenhum da América Latina, estarão isentos da quarentena de 14 dias imposta por Londres, informou o governo britânico na sexta-feira.