O VENTO DO ESPÍRITO
Nicodemos, fariseu, mestre em Israel e membro do sinédrio foi encontrar Jesus numa noite, fugindo dos olhares julgadores dos fiscais alheios. Cobriu Jesus dos mais exaltados elogios, reconhecendo que ele vinha de Deus e fazia o que nenhum homem conseguia fazer. Jesus, em vez de sentir-se lisonjeado com os encômios recebidos, disse a Nicodemos que se ele não nascesse de novo não poderia ver o reino de Deus; se ele não nascesse da água e do Espírito não poderia entrar no reino de Deus. Nicodemos não alcançou a linguagem espiritual de Jesus e pensou que estivesse tratando de um retorno ao ventre de sua mãe. Jesus, então, explica ao mestre fariseu que, o Espírito age como o vento. O vento sopra onde quer. É possível ouvir sua voz, mas ninguém pode controlá-lo. Com isso Jesus, está ensinando quatro verdades solenes sobre o Espírito Santo.
Em primeiro lugar, o vento é soberano. Ele sopra onde quer. Não obedece a critérios humanos nem pode ser controlado pelo homem. O vento não pode licença ao homem para soprar. Ele sopra onde não sopraríamos e deixa de sopra onde esperaríamos seu sopro. Assim é a obra do Espírito Santo. Sendo Deus o Espírito Santo é soberano. Ele age onde quer. Ninguém pode domesticá-lo. Ninguém pode manipulá-lo. O Espírito Santo é soberano. Ele age quando quer, onde quer, em quem quer. O novo nascimento é uma obra soberana do Espírito Santo. A salvação não é uma iniciativa humana, mas um agir divino. Essa operação não ocorre pelo alvitre humano, mas conforme a ação soberana do Espírito Santo.
Em segundo lugar, o vento é livre. O vento sopra onde quer. Ele não se sujeita às imposições humanas. Ele não é governado pelo homem. Não precisa pedir ajuda nem permissão para agir. Assim como o vento é livre, também o é o Espírito Santo. Ele sopra sobre o homem quer este esteja na rua ou em casa, no templo ou no hospital, no trabalho ou no lazer, na azáfama da vida ou no recolhimento do descanso. Espírito é livre para agir em quem quer, onde quer, da forma que quer, conforme o seu querer. Ninguém pode determinar para ele o que deve fazer e como fazer. Ele não aceita pressão nem se sujeita a manipulação. A obra da salvação não está nas mãos do homem, mas nas mãos de Deus. Ele faz todas as coisas conforme o conselho de sua vontade.
Em terceiro lugar, o vento tem uma voz. Assim como o vento não pode ser visto, mas pode ser ouvido, igual modo, opera o Espírito Santo. O Espírito Santo é invisível, mas podemos ouvir a sua voz. Sua voz é a própria voz do divino pastor chamando os seus para a salvação. Essa é a voz do evangelho que ecoa nos ouvidos da alma. Quando as ovelhas de Cristo
ouvem essa voz, o tampão é tirado de seus ouvidos e a venda dos olhos e aqueles que estavam surdos ouvem e os que eram cegos veem. Aqueles que eram escravos são libertos e os que estavam mortos, recebem vida.
Em quarto lugar, o vento é misterioso. Não sabemos de onde ele vem nem para onde ele vai. Sua atuação transcende não apenas nosso controle, mas também à nossa compreensão. Seu agir não é apenas soberano, mas também, incompreensível para nós. Não podemos entender como homens violentos da estirpe de Saulo de Tarso podem ser transformados em vasos de honra como Paulo. Não podemos compreender que homens tão limitados e covardes como Pedro podem ser transformados em gigantes no testemunho do evangelho. Não podemos explicar como um indivíduo morto em seus delitos e pecados pode receber vida e vida em abundância. Essa é a obra soberana, livre e misteriosa do Espírito Santo.
Rev. Hernandes Dias Lopes