O Ministério Público virou um sindicato com todos os vícios do sindicalismo

Cabecalho
22.maio.2020
Gazeta do Povo
Ministério Público virou um sindicato, e com todos os vícios do sindicalismo
De todas as desgraças que aconteceram na Justiça brasileira nos últimos 30 anos, é provável que nenhuma se compare em toxidade com a sindicalização do sistema judiciário como um todo – juízes, procuradores e tudo o que têm em torno de si. O Ministério Público — seja o da União, que engloba Brasília, seja o dos 26 estados — é a parte pior.

Por via da Constituição destrutiva que desde 1988 condena o país ao atraso eterno, o MP, um monstro com cerca de 14 mil procuradores e 45 mil funcionários, não está subordinado a nenhum dos três poderes legais da República, não presta contas a ninguém e nenhum dos seus membros precisa ser eleito pelos cidadãos para exercer a autoridade do cargo. Eleições, ali, só as “internas”, entre eles próprios – e cada vez que se olha para isso é simplesmente um horror.

O fato é que, ao longo do processo de degeneração que vem passando desde a sua criação, o MP transformou-se num sindicato ilegal (sob o disfarce de “associações”), com todos os vícios do sindicalismo. Esses sindicatos não representam, de fato, o conjunto dos procuradores federais e estaduais que há no Brasil. É claro que não: desde quando um sindicato brasileiro, qualquer que seja, representou de verdade a categoria de trabalhadores que representa?

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O abismo que separa o mundo real do faz de conta dos nossos governantes
A tragédia da Covid-19 está pondo de novo em evidência, talvez mais do que nunca, o abismo infinito que existe no Brasil entre o mundo dos cidadãos e o mundo dos que mandam nos diversos níveis de governo. Não se trata apenas de constatar a flagrante hipocrisia de autoridades que falam hoje em “defesa da saúde pública” sem nunca terem tido na vida, uma única vez que seja, se internado num hospital do SUS, aguentado horas de fila para serem atendidos num ambulatório ou esperado seis meses para fazerem um exame clínico. Esse é um escândalo permanente e sem cura.

A novidade, agora, é a atitude cada vez mais agressiva que adotam contra a população ao insistir na paralisia do país para combater a epidemia. Qual é o problema com esse “distanciamento social” tão virtuoso que estão impondo às pessoas? Será que ninguém entende que tudo o que os governantes estão pedindo é uma coisa facílima: ficar “em casa”, apenas isso?

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“Para a maioria dos governadores de Estado, prefeitos de grandes ou médias cidades e membros do Senado e da Câmara dos Deputados, obedecer a “quarentena”, como todo bom patriota deve fazer, é muito fácil. No mundo em que habitam, e que nada tem a ver com a realidade dos que são governados, tudo é fácil.”

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