Novo presidente argentino enfrenta possível greve por demissão de 7mil servidores
Presidente Milei convocou Congresso para sessões extraordinárias | Créditos: Reprodução/Televisión Pública
O presidente recém-empossado, Javier Milei, provocou uma onda de tensão ao assinar um decreto que afeta diretamente 7 mil servidores públicos. A Associação dos Trabalhadores do Estado (ATE) da Argentina reagiu veementemente, ameaçando convocar uma greve geral a partir de quarta-feira em resposta a essa medida.
Rodolfo Aguiar, secretário-geral da ATE, denunciou o ato como um “ataque sem precedentes” contra os trabalhadores do Estado e anunciou mobilizações em todo o país, delineando um possível caminho em direção a uma greve de proporções nacionais. Em declarações à rádio argentina AM 750, Aguiar enfatizou a importância dos servidores públicos para o funcionamento das estruturas governamentais e reiterou a posição da ATE contra qualquer demissão.
A entidade sindical está em negociações com representantes do Congresso na tentativa de revogar o decreto. Segundo Aguiar, a medida passará por uma fase de avaliação nos próximos 90 dias para determinar quais cargos serão mantidos ou afetados.
Este movimento surge após a recente apresentação pelo presidente Milei do Decreto de Necessidade e Urgência (DNU), que anulou mais de 300 leis para desregulamentar a economia do país.
O governo, por sua vez, anunciou que não renovará os contratos de 7 mil funcionários públicos que possuem menos de um ano de trabalho. O decreto abrange diversas esferas da administração pública, desde o Executivo central até empresas e corporações estatais.
Contudo, é ressaltado pelo governo que a medida prevê exceções para aqueles contratados nos últimos doze meses que atendam às cotas legais para pessoas trans e deficientes. Adicionalmente, as áreas responsáveis terão a possibilidade de justificar a manutenção de contratados após o início de 2023, embora cada prorrogação esteja sujeita a uma análise individualizada e não possa ocorrer sem uma avaliação prévia.
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