Neymar ‘brinca’ de vencer e tem tempo de sobra para ser recordista – mas será essa sua ambição?
Ao sagrar-se campeão da Copa da Liga Francesa na noite da última sexta-feira (31), Neymar chegou à expressiva marca de 26 títulos oficiais em sua carreira profissional. São quase tantas taças quanto anos de idade para o craque brasileiro, que pode se orgulhar de ter experimentado inúmeras das glórias que um grande jogador sonha para sua vida.
Sabemos que a carreira futebolística é uma ‘caixinha de surpresas’, e que a vida útil de um atleta de alto rendimento tem um prazo de validade curto. No auge de seus 28 anos, o camisa 10 do Paris Saint-Germain ainda não chegou à idade considerada como ‘ápice da maturidade’ de um jogador, a faixa dos 30 anos, o que nos faz questionar: qual é o limite para Neymar?
Nas Américas e na Europa, conquistou tudo em nível nacional e também continental. Foi protagonista em final de Libertadores e decisivo em título de Champions. Em 2016, foi responsável por encerrar o chocante ‘jejum’ do país do futebol nas Olimpíadas, conduzindo a Canarinho ao inédito ouro em pleno Maracanã. Sem dúvida, um currículo imenso e pesado para quem, aos olhos de parte da opinião pública, ainda não leva o esporte tão a sério como deveria.
A verdade é que Neymar ‘brinca’ de vencer. Sua ambição nunca será manifestada em uma rotina alucinante de treinos ou com uma ‘ética de trabalho’ semelhante à de Cristiano Ronaldo, pois esse não é Neymar. O camisa 10 vê e vive o futebol de uma outra forma, em um outro ritmo, respeitando a sua essência. Ele entretém, decide e conquista. E vem emplacando, em 2019/20, a sua temporada mais ‘madura’ esportiva e mentalmente: um pouco mais distante dos holofotes, jogando mais coletivamente, entendendo mais o seu tamanho.
Talento, recurso técnico, mercado e tempo. Neymar tem tudo à disposição para bater o recorde de títulos de seu amigo pessoal, Dani Alves, dono de incríveis 40 troféus oficiais ao longo de sua jornada profissional. Mas nem pense em projetar essa expectativa de carreira para o camisa 10: Neymar já provou que sua jornada segue sua própria lógica, e que os objetivos impostos pelos outros – como a ‘obrigação’ pelo Bola de Ouro -, não lhe contemplam. Se acontecer, será com naturalidade.
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