MPMS denuncia 12 suspeitos de corrupção na Federação de Futebol de Mato Grosso do Sul

| Créditos: Anderson Ramos/Capital News

 

O Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS) apresentou denúncia à Justiça contra o presidente afastado da Federação de Futebol de Mato Grosso do Sul (FFMS), Francisco Cezário de Oliveira, e mais 11 pessoas. A ação faz parte das investigações da Operação Cartão Vermelho, iniciada em 21 de maio, que apura suspeitas de corrupção no futebol estadual.

Francisco Cezário, atualmente detido no Presídio Militar em Campo Grande, foi levado na noite de quarta-feira (5) ao Hospital da Cassems para um cateterismo realizado na manhã de quinta-feira. Ele é acusado de integrar organização criminosa, peculato, furto qualificado, falsidade ideológica e lavagem de capitais.

Entre os outros denunciados estão o árbitro Aparecido Alves Pereira, conhecido como ‘Cido’; os sobrinhos de Cezário, Francisco Carlos Pereira e Valdir Alves Pereira; o irmão de Cezário, Luiz Carlos de Oliveira; e Marcelo Mitsuo Enzoe Pereira. Também foram denunciados Umberto Alves Pereira, identificado como o principal operador do esquema que movimentou cerca de R$ 6 milhões, além de Rudson Bogarim Barbosa, Jamiro Rodrigues de Oliveira, o ‘Miro’, o vice-presidente da FFMS, Marco Antônio Tavares, e seu filho, Marcos Paulo Abdalla Tavares. Marco Antônio de Araújo, proprietário da empresa Invictus, que fornecia uniformes à FFMS, também foi incluído na denúncia.

A Operação Cartão Vermelho tem como objetivo desmantelar uma organização criminosa dedicada ao peculato e outros delitos dentro da FFMS. As investigações indicam que Cezário seria um dos líderes do esquema que desviou cerca de R$ 6 milhões, com a possibilidade desse valor chegar a R$ 10 milhões.

Segundo o MPMS, os recursos chegavam à FFMS através de convênios com o Governo do Estado e a Confederação Brasileira de Futebol (CBF), sendo posteriormente desviados. Em 20 meses de investigação, foi identificado que a organização criminosa desviava valores tanto do Estado quanto da CBF, em benefício próprio e de terceiros.

Uma das formas de desvio envolvia saques frequentes em espécie de contas bancárias da Federação, em valores inferiores a R$ 5 mil para evitar a detecção pelos órgãos de controle. Esses saques, que somaram mais de R$ 3 milhões em mais de 1.200 transações, eram divididos entre os integrantes do esquema. Além disso, havia um esquema de desvio de diárias de hotéis pagos pelo Estado durante o Campeonato Estadual de Futebol, onde parte dos valores cobrados nas contratações de serviços ou produtos era devolvida aos integrantes do esquema.

 

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