Médico faz parto de mãe com coronavírus e bebê nasce sem a doença em MS
Com os cuidados redobrados e tempo reduzido para o parto, cerca de 20 minutos, veio ao mundo o pequeno Davi, na última terça-feira (04), no Hospital Regional Álvaro Fontoura, em Coxim, a 253 quilômetros de Campo Grande. Para o médico que realizou o parto, ginecologista e obstetra Werther de Araújo, foi um desafio na carreira, já que a mãe estava infectada pelo coronavírus. O bebê nasceu sem a doença.
Tudo foi pensado e feito de forma diferente na manhã da última terça. Os cuidados foram redobrados para a mãe, que já estava com 40 semanas de gestação, para o bebê e também para a equipe.
São 41 anos de experiência e quase cinco mil partos, mas nenhum igual ao de Davi, o primeiro parto nessa condição realizado na cidade pelo SUS (Sistema Único de Saúde). Werther citou ao Edição MS, que os especialistas estavam todos com equipamentos de proteção. “Foi o primeiro desafio, pois toda essa vestimenta influencia na mobilidade da equipe num parto que precisava ser feito no menor tempo possível”.
Ele conta que, ao invés de 40 minutos, que leva geralmente um parto de cesária, este foi reduzido pela metade. A intenção foi evitar, ao máximo, que a mãe perdesse sangue, evitando também a possibilidade de trombose, que tem sido causa de mortes entre grávidas e puérperas infectadas pelo coronavírus.
E com todos esses cuidados, após 20 minutos, Fanny Menny Ferreira Rezende, 38 anos, ouviu o chorinho de Davi pela primeira vez. Ele nasceu às 10h24, com 50 centímetros, 3.350 quilos e sem coronavírus. Mãe e filho continuam em observação, isolados no Hospital Regional.
“Coxim está de parabéns. Só tenho motivos para agradecer. Tive muito medo, fiquei angustiada, mas fui bem acolhida desde o diagnóstico, recebi um acompanhamento maravilhoso para o tratamento e muito cuidado por parte dos profissionais que fizeram meu parto”, comentou Fanny ao Edição MS.
A mãe relatou que foi diagnosticada com coronavírus em 15 de julho, faltando 13 dias para o nascimento de Davi, marcado para 28 de julho. Foi então que o obstetra que acompanhou toda a gestação decidiu esperar mais uma semana para fazer o parto. “Tenho plena confiança no meu médico, absoluta certeza que toda decisão tomada por ele foi para garantir que a chegada de Davi acontecesse como sempre sonhamos, para completar nossa família”, disse Fanny.
O marido que é médico e trabalha na rede pública foi quem transmitiu a ela a doença. Ao contrário dele, que sofre com asma e foi internado, Fanny teve apenas sintomas leves.
Fonte:Conteúdo ms