Mato Grosso do Sul tem nove polos de inovação científica e tecnológica
Mato Grosso do Sul conta com nove ecossistemas de inovação, que são lugares que potencializam o desenvolvimento da sociedade e do conhecimento, incluindo aí, parques científicos, cidades inteligentes, distritos de inovação e polos tecnológicos.
Estas iniciativas, que no Estado são geridas pela Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar (Semagro), acabaram por levar Mato Grosso do Sul a obter um reconhecimento nacional. O ecossistema de Inovação Agropecuária, concentrado na região de Campo grande e Dourados, está na lista de ecossistemas nacionais reconhecidos pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) pela sua importância.
Conforme o Marco Legal de Ciência, Tecnologia e Inovação (CTI), ecossistemas de inovação são espaços que agregam infraestrutura e arranjos institucionais e culturais e que atraem empreendedores e recursos financeiros.
Nesse sentido, compreendendo a importância dos Ecossistemas Regionais de Inovação para o desenvolvimento agropecuário e principalmente do empreendedorismo de base tecnológica, o Mapa tem realizado esforços para a construção e fortalecimento dos ecossistemas e ambientes de inovação em todas regiões do País por meio de uma série de iniciativas.
A coordenadora de Ciência e Tecnologia da Semagro, Marina Hojaji Dobashi, destaca que a definição de um ecossistema é feita por meio de um estudo preliminar para apurar o que cada município tem de capacidade científica, tecnológica e inovadora. “Desta maneira, é possível trabalhar essas capacidades em prol do desenvolvimento socioeconômico local e regional. A partir disso, pode ser identificado que existem empresas e ou instituições que ainda não se beneficiam dessa capacidade tecnológica. Ou seja, é mapeada uma distância que pode ser aproveitada”, salienta.
No Estado, segundo ela, existem mapeados e com ecossistemas criados em Dourados, Campo Grande, Chapadão do Sul, Três Lagoas, Ponta Porã, Naviraí, Amambai, Corumbá e Nova Andradina.
Unificar competências
O mapeamento e criação dos Ecossistemas Locais de Inovação surge do desejo das instituições em unificar as competências tecnológicas na direção do incentivo à inovação e à tecnologia. De acordo com Marina Dobashi, após o mapeamento, um grande grupo na cidade ou região é formado para que as ações sejam mais rápidas, efetivas e integradas em busca de melhorar a capacidade da inovação tecnológica e trazer o conhecimento para todos sobre as leis e benefícios proporcionados pela legislação. O primeiro ecossistema criado em MS foi em 2020 na região de Dourados.
“Nossa meta é disponibilizar caminhos norteadores para todos que desejam empreender, crescer e inovar, independente do formato ou tamanho do negócio. Nosso foco é nos tornarmos referência como polo científico e tecnológico para o Brasil”, acrescenta.
Entre os objetivos específicos dos ecossistemas estão o estímulo ao empreendedorismo inovador; promoção de eventos de inovação integrados entre os atores para sensibilização da comunidade local; criação de eventos que aglutine/aproxime os ambientes de inovação existentes; padronização de ferramentas para a realização de hackatons; proposta de criação de programas e projetos de estímulo à inovação para a Educação Básica; atração de novos integrantes para o grupo, com foco em grandes empresas e agentes públicos (municipal e estadual); criação de um painel de controle para mensuração dos resultados; implementação do processo de gestão da governança; e criação de um calendário único de eventos com protagonismo de agenda para os ambientes de inovação, universidades e entidade de classe.
No Estado, o Sebrae e a Fiems são parceiros dos projetos. “Por meio do Propeq Dinamiza (Programa Estadual de Apoio aos Pequenos Negócios) podemos destinar recursos para aporte de projetos e empresas de inovação”, explica a coordenadora, que lembrou que o Ministério dispõe de uma série de instrumentos para apoiar esses processos e pode ser demandado por meio da Secretária de Inovação, Desenvolvimento Sustentável e Irrigação (SDI).
O titular da Semagro, Jaime Verruck, ressalta a importância deste reconhecimento, lembrando que a tecnologia e a inovação são imprescindíveis na melhoria da qualidade de vida da população. “Os ecossistemas podem trazer avanços na saúde, produtividade e oportunidades para indústrias e empresas no Brasil. Cidades que já possuem o ecossistema de inovação estruturado apresentam melhor desenvolvimento econômico e mais sustentabilidade”, frisa.
Evento
Nesta terça-feira (22) acontece em Dourados o 1º Encontro Ecossistemas de Inovação da Região Sul. Na oportunidade serão debatidos os avanços e desafios para o desenvolvimento do ecossistema da região.
Rosana Siqueira, Semagro