Guerra das vacinas: ministério nega que vá deixar dose do Butantan fora de programa naciona
Em entrevista coletiva concedida nesta quinta-feira (15), o secretário-executivo do Ministério da Saúde, Élcio Franco, negou que a CoronaVac, dose contra a Covid-19 desenvolvida pelo laboratório chinês Sinovac em parceria com o Instituto Butantan, de São Paulo, será deixada fora do Programa Nacional de Imunização (PNI).
A declaração foi dada no mesmo dia em que o Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) encaminhou carta ao ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, pedindo exatamente que ele incorpore ao PNI a vacina produzida pelo Butantan.
O receio dos secretários é que o tema seja politizado, em meio ao antagonismo que existe atualmente entre o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e o governador de São Paulo, João Doria (PSDB).
Em reunião com o conselho, o ministério apresentou cronograma para a adoção da vacina desenvolvida pela Universidade Oxford com o laboratório AstraZeneca e em parceria com a Fiocruz, que vai fabricá-la no país. O mesmo cronograma foi apresentado na entrevista coletiva desta quinta-feira. No entanto, não houve o mesmo detalhamento em relação à CoronaVac, promovida por Doria.
Franco disse que nenhuma vacina será descartada. E elencou os fatores para que as doses sejam incluídas no programa: segurança, eficácia, prazo mais curto de entrega, produção em escala e preço acessível. “Não descartamos nenhuma possibilidade, principalmente aquelas que estão na 3ª fase”, disse, referindo-se à etapa de testes em voluntários. Tanto a de Oxford quanto a CoronaVac estão nessa fase no Brasil.
O secretário-executivo foi questionado mais de uma vez sobre a inclusão ou não da dose do Butantan no PNI. Em todas, disse que nenhuma vacina está descartada e afirmou que o instituto ligado ao governo paulista é “parceiro do Programa Nacional de Imunizações”.
A preferida de cada um
O imunizante já tem um cronograma de produção pelo ministério, se os testes mostrarem que ele é eficaz. A previsão é que, no 1º semestre do ano que vem, 100 milhões de doses sejam entregues à pasta, à razão de 15 milhões por mês.
No caso da CoronaVac, todos os passos de seu desenvolvimento vêm sendo anunciados por Doria. O tucano já fixou até uma data de início de aplicação da dose: 15 de dezembro deste ano, caso ela seja aprovada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) até lá.
Fonte: Conteúdo ms