Governo lamenta saída da Ford e cita “forte recuperação” econômica do Brasil
O Ministério da Economia considera que a decisão da Ford em encerrar a produção no Brasil “ destoa da forte recuperação observada na maioria dos setores da indústria no país”. A declaração consta em nota divulgada pela pasta nesta 2ª feira (11.jan.2021) depois que a montadora anunciou o fim da fabricação no país.
A equipe econômica disse ainda que “lamenta a decisão global e estratégica da Ford”. Eis a íntegra do comunicado:
A Ford afirma que a pandemia “amplia a persistente capacidade ociosa da indústria e a redução das vendas, resultando em anos de perdas significativas”. Aproximadamente 5.000 empregos estão em risco.
O secretário especial de Comunicação Social do governo, Fabio Wajngarten, afirmou que o fechamento das fábricas “não tem nada a ver com a situação política, econômica e jurídica do Brasil”.
Abraham Weintraub –ex-ministro da Educação e atual diretor-executivo do Banco Mundial– afirmou que que a decisão da Ford “foi parar de produzir carros de passageiros” e foi tomada há 2 anos.
A Ford encerrará as vendas do EcoSport, Ka, Ka Sedan e Troller T4 assim que terminarem os estoques. As operações de manufatura na Argentina e no Uruguai e as organizações de vendas em outros mercados da América do Sul não serão impactadas.
Autoridades da oposição também lamentaram o fechamento da montadora no Brasil. Para o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), a decisão da Ford é “uma demonstração da falta de credibilidade do governo brasileiro”.
PRODUÇÃO INDUSTRIAL E DE VEÍCULOS
O Ministério da Economia ressalta que setores da indústria brasileira têm “ resultados superiores ao período pré-crise”. Os dados mais recentes indicam que a indústria cresceu 1,2% em novembro. Em fevereiro, antes do impacto da pandemia, a expansão foi de 0,9%.
A situação do segmento automobilístico, porém, não é boa: 2020 teve a menor produção dos últimos 17 anos. O país fabricou 2,01 milhões de veículos, queda de 31,6% em comparação com 2019.