Fábio Trad: flerte com autoritarismo acende a luz amarela para a democracia

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Para o deputado federal Fábio Trad (PSD/MS), a democracia brasileira está sob ameaça. A seu ver, a escancarada inclinação do presidente Jair Bolsonaro e de seu governo para o autoritarismo sinaliza uma perigosa realidade:

“Os flertes de Bolsonaro com medidas autoritárias que evocam a ditadura militar deixam acesa, e de forma permanente. A luz amarela de advertência do sistema democrático”. Os indícios de que o presidente não consegue governar sem produzir crises são cada vez mais consistentes, diz, acrescentando que

Bolsonaro é um agente político “enredado em paranoias constantes, que o levam a gerir um país na obcecada busca pela reeleição”.

Os recentes acontecimentos e suas reações demonstram que, condicionado a esta lógica, qualquer gesto político de um possível concorrente é visto como uma urdidura para apeá-lo do poder. “Neste labirinto psicológico, Bolsonaro corre atrás de sua própria sombra”, enfatiza.

Fábio Trad receia que avance o cenário de um Brasil hoje institucionalmente instável e sujeito a ímpetos imprevisíveis de um governante obcecadamente apegado ao poder. ”Desde que assumiu, não houve uma semana sem uma declaração, gesto ou decisão que não produzisse instabilidade. A história de seu governo – ao menos até aqui – se conta não pelos feitos, obras e conquistas, mas pela variedade de espécies de crises produzidas por ele mesmo”, analisa.

Com essas receitas, Fábio Trad não duvida que a militarização do poder é um sinal de desespero político e “desperta sérias suspeitas de que, ao formar um governo de militares, está se blindando para aventuras inconstitucionais”.

AUTORIDADE HOSTIL – Segundo Fábio Trad, o presidente não consegue liderar na inteligência ou na sabedoria política, mas somente num raso padrão de opressivo estilo de autoridade “que hostiliza que hostiliza abertamente qualquer tipo de concorrência com sua liderança”.

O deputado refere-se também à influência da milícia digital: “Seus apoiadores nas redes são responsáveis por afastarem vários possíveis aliados políticos vistos como inimigos, que precisam ser abatidos a qualquer custo. São fanáticos que se alimentam do ódio, provocando ainda mais o isolamento do presidente”, define.

Com essa análise, Fábio Trad vê apreensivo o acender de uma luz amarela que pode ser de advertência aos democratas. “O mercado, ainda obediente, já mostra sinais de que a vocação de Bolsonaro para gerar crises não é interessante e pode ser contraproducente. E por mais que nos esforcemos em vislumbrar virtudes neste governo, o fato é que o antipetismo, oriundo da justa indignação da sociedade com a corrupção, gerou um fruto indigesto para o país. O remédio? Só o tempo dirá”, conclui.

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