Estudo do Imasul vai subsidiar modelo para programa federal de recuperação do Rio Taquari
Estudo técnico elaborado pelo Imasul (Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul) vai subsidiar um modelo de referência para o estabelecimento de um programa federal de recuperação do Rio Taquari. O trabalho foi apresentado nesta terça-feira (24) ao superintendente Nelson Vieira, da Sudeco (Superintendência do Desenvolvimento do Centro-Oeste) e ao secretário Jaime Verruck, da Semagro (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar).
O estudo, apresentado pelo fiscal ambiental Rômullo Oliveira Louzada, do EIA-RIMA do Imasul, identifica 300 microbacias na região do Alto Taquari e as classifica em diferentes potenciais de risco de erosão. Nos locais onde há voçorocas nas margens do novo curso do rio Taquari, o estudo sugere cerca de 11 mil pequenas intervenções, como barragens com saco de areia ou paliçadas (com eucalipto). O ribeirão Pirizal, no município de Camapuã, pelas características particulares, seria o local com necessidade de intervenções.
“O estudo faz a caracterização geral de cada trecho da bacia hidrográfica do rio Taquari e aponta, por meio de imagens georreferenciadas, os locais de assoreamento, arrombados, inundação e recanalização do rio, o solapamento de margens e as características naturais e processos erosivos. Todos os dados foram cruzados com as informações do CAR”, informou o diretor-presidente do Imasul, André Borges.
O superintendente da Sudeco, Nelson Vieira, lembra que “a revitalização do Rio Taquari já é um projeto de longa data, já se criou grupo de trabalho desde 2002 na Casa Civil e realizaram vários estudos que ‘atacam’ a bacia como um todo. Mas sabemos que isso foge da realidade da atuação do Estado, porque ele não dá conta e vai gastar muito recurso sem um propósito específico de fazer o alcance da ação”.
De acordo com Vieira, o estudo feito pelo Imasul é fundamental, pois identifica as microbacias que estão altamente afetadas e degradadas e já aponta, por meio do CAR, o grupo de produtores que compõe cada microbacia. “Dessa forma fica mais efetiva a ação pontual necessária e é possível criar um modelo de projeto que pode ser aplicado às demais microbacias. Consegue-se ver um resultado da efetividade e identifica-se aonde será a ação do poder público e onde será a ação do proprietário rural, seguindo todos os passos necessários no processo de recuperação ambiental”
“Esse é um trabalho conjunto importante, pois vamos construir um modelo de sustentabilidade, com possibilidade de pagamento de serviços ambientais e outras formas de estímulo. Assim conseguiremos dar efetividade, conseguiremos replicar para toda a bacia. O objetivo do encontro foi o de agregar mais informações para que a gente possa criar um projeto sustentável, certificado, que agregue valor às propriedades e, principalmente, em benefício do Rio Taquari”, afirmou o superintendente da Sudeco.
O secretário Jaime Verruck, da Semagro afirmou que “a ideia agora é evoluirmos para um detalhamento de custos, que tipo de obras e um cronograma para recuperação dos processos erosivos na bacia do rio Taquari. Trabalhamos até a possibilidade de se financiar essas ações pelo FCO, criando um modelo que possibilite ao produtor a recuperação de seu passivo ambiental, social e econômico”.
Sobre a possibilidade de utilização de recursos do FCO, Nelson Vieira, da Sudeco, afirmou que “o Fundo tem um papel importantíssimo no financiamento de atividades sustentáveis e, dentro deste contexto, o Condel pode propor linhas de crédito com encargos mais favorecidos para o produtor que aderir ao programa. Isso só será possível a partir do momento em que tivermos um programa estabelecido para recuperação de bacias, que já está muito bem delineado com o estudo do Imasul”.
Também participaram da apresentação a diretora de Desenvolvimento do Imasul, Thaís Caramori, e o superintendente de Meio Ambiente e Turismo da Semagro, Pedro Mendes.
Marcelo Armôa, Semagro
Foto do destaque: Sílvio de Andrade