Estado licita mais uma obra de implantação do corredor rodoviário no Pantanal
Publicado no Diário Oficial do Estado desta terça-feira (20) o Aviso de Resultado de Licitação onde a Agesul (Agência Estadual de Gestão de Empreendimentos) informa que contratou a obra de implantação em revestimento primário de rodovia não pavimentada, de 54 quilômetros, entre a MS-423 e a ponte de concreto sobre o Rio Taquari, no Pantanal do Paiaguás, entre Corumbá, Coxim e Rio Verde.
A ligação rodoviária em uma região isolada secularmente integra o pacote de obras anunciadas pelo governador Reinaldo Azambuja ao lançar o Governo Presente, em março de 2019, com previsão de investimentos de R$ 4,2 bilhões nos 79 municípios de Mato Grosso do Sul. Com recursos do Fundersul, o Estado investirá R$ 24 milhões nesta obra, que será executada pela empresa André L. Dos Santos Eirelli.
Por determinação do governador Reinaldo Azambuja, a Agesul projeta interligar por rodovias os pantanais da Nhecolândia, Nabileque, Taquari e Paiaguás, criando um corredor para a produção e escoamento da pecuária e o turismo. Serão implantados 480 quilômetros de estradas primárias elevadas (para contenção de enchentes), com pontes e galerias de concreto, incluindo a ligação da MS-243 com o Forte Coimbra, a partir da BR-262.
Redenção do Pantanal
A abertura da estrada entre a MS-423 (Fazenda Morrinho) e a ponte do Rio Taquari é um primeiro passo para concretizar um sonho antigo dos pantaneiros: a ligação com Porto Jofre (Poconé, MT), no Rio Cuiabá, divisa de Mato Grosso do Sul com Mato Grosso. Em fase final de elaboração do projeto de engenharia, a mesma rodovia já licitada se estenderá por mais 55 quilômetros, até a MS-214.
Em outra frente, o Governo do Estado implantará 100 quilômetros da MS-214, que começa na BR-163, entre os municípios de Coxim e Sonora, chegando ao Porto Jofre. Um dos principais troncos rodoviários projetados nos anos de 1970 na planície, a MS-228, que começa em Corumbá, romperá o centro da Nhecolândia para chegar a Rio Negro e Rio Verde e se interligar com as MS-427/MS-419/MS-430.
O Estado já implantou com cascalhamento 40 quilômetros da MS-228, a partir do entroncamento com a MS-184 (Estrada-Parque), em Corumbá, e encomendou projetos para definir o traçado de mais 100 quilômetros. Também estão em fase de projetos, a implantação de 27 quilômetros na MS-243 (acesso a Forte Coimbra), onde foram construídos 30 quilômetros; o acesso ao distrito de Porto Esperança (10 quilômetros); e 23 quilômetros na MS-382 (ponte do Naitaca-fazenda Jatobá).
Fomento ao turismo
“Vai acontecer uma transformação, agregando valor à produção”, estima Luciano Leite, presidente do Sindicato Rural de Corumbá. “Não tínhamos nada de estrada, nenhum outro governo olhou por nós e temos certeza que o governador Reinaldo Azambuja vai fazer muito mais, inclusive levando a energia”, pontua. Para Luciano, a implantação de mais 100 quilômetros da MS-228 “será a redenção do Pantanal”.
O dirigente ruralista enfatiza, ainda, outra obra vital para escoamento da produção pantaneira: a ligação rodoviária da região do Paiaguás com Porto Jofre e o Porto do Alegre (Rio São Lourenço), a partir da ponte do Rio Taquari. “O ramal para o Porto do Alegre facilita o escoamento de gado por Corumbá, hoje feito de lancha. Quando enche, o gado não sai, e o fornecimento às fazendas não chega”, completa.
O acesso ao Forte Coimbra, tombado em 1972 como patrimônio histórico nacional, vai tirar do isolamento secular uma das regiões mais produtoras de gado de corte do Pantanal de Mato Grosso do Sul: a Ilha do Nabileque, formada por grandes fazendas em uma extensão de 500 mil hectares. Faltam apenas 27 quilômetros pela MS-243 para se chegar ao Rio Paraguai, a partir da BR-262, e fomentará também o turismo.
“Lutamos há duas décadas por essa ligação, hoje uma realidade graças ao governador Reinaldo Azambuja”, afirma o pecuarista Sérgio Jacinto Costa, há 16 anos criando gado na fazenda Touro Morto. “Com a estrada tudo melhora, vem a energia, o gado pode sair de caminhão na cheia, o ônibus entra para levar as crianças para a escola. O acesso vai transformar essa região, que tem o maior índice de produção do Pantanal”, completa.
Texto: Sílvio de Andrade