Embarques salvam o boi gordo, enquanto mercado interno patina
Parte significativa das indústrias frigoríficas continua fora das compras de gado gordo, informam as consultorias que acompanham diariamente o setor pecuário. “O ambiente atual não permite boa rentabilidade para as plantas que atendem unicamente o mercado interno”, relata a IHS Markit, referindo-se à fraca demanda interna pela carne bovina e ao custo elevado da matéria-prima.
Neste contexto, o mercado físico do boi gordo continua operando com preços firmes e baixa liquidez.
Segundo a IHS, o bom fluxo das exportações e a oferta restrita de animais terminados garantem firmeza às indicações de preços da arroba nas principais praças pecuárias do País. Nas localidades onde existem plantas habilitadas para exportação, é observado fluxo cada vez mais intenso de negociações, informa a consultoria.
A IHS diz ainda que os frigoríficos enfrentam grande dificuldade para encontrar sobretudo lotes disponíveis de novilhas gordas. “Essas fêmeas estão sendo utilizadas como matrizes pelos pecuaristas, que visam evitar enfrentar os elevados custos de reposição atuais”, destaca, acrescentando que tal cenário ajuda a criar um ambiente ainda mais favorável aos preços da arroba, principalmente para os bovinos direcionados ao mercado externo. “As regiões com maior demanda exportadora apresentam uma melhor liquidez”, ressalta a IHS.
Segundo dados preliminares da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), nas duas primeiras semanas de março, o Brasil exportou 59,62 mil toneladas de carne bovina in natura, com um desempenho diário de 5,96 mil toneladas, o que representa um avanço de 22,6% sobre o resultado de fevereiro de 2021, e incremento de 4,2% quando comparado ao mês de março de 2020. O valor pago na tonelada exportada também subiu 4% comparado mesmo mês de 2020, chegando em US$ 4.570,6 por tonelada.
fonte: ruralnewsms