Dos 290 candidatos a prefeito em MS, 2 renunciam e 22 enfrentam a Justiça

A poucos dias das eleições, 22 candidatos à prefeitura dos 79 municípios de Mato Grosso do Sul ainda enfrentam problemas na Justiça. Destes, 11 processos deferidos com recurso; 17 indeferidos com recurso; um indeferido; dois pendentes de julgamento; e duas renúncias dos ex-prefeitos de Brasilândia e Bodoquena por ações de cassação e impugnação da chapa.

As razões vão de irregularidades no cadastro das candidaturas a atos de improbidade administrativa e até envolvimento com tráfico de drogas. É o caso do prefeito Alexandrino Arévalo Garcia (PSDB), preso quando ainda era presidente da Câmara Municipal, em 2016, em operação deflagrada pela Polícia Federal. O então vereador foi acusado de integrar um grande esquema de tráfico de cocaína que transportava a droga da Bolívia até a Europa. Solto, foi eleito prefeito pela diferença de um voto.

Apesar da acusação confirmada em três instâncias do Poder Judiciário (Tribunal Regional Federal da 3ª Região, Superior Tribunal de Justiça e Superior Tribunal Federal), Arévalo utilizou-se de inúmeros recursos judiciais para manter-se no cargo e atualmente é candidato à reeleição de Aral Moreira. No entanto, teve sua candidatura indeferida também pela Justiça Eleitoral. No parecer da juíza eleitoral, Sabrina Rocha Margarido João, constam as contas reprovadas de 2013, quando Arévalo era presidente da Câmara Municipal.

A magistrada baseou-se no fundamento da Lei da Inelegibilidade (8.429/92), mas a defesa do candidato também entrou com recurso contra a decisão e prossegue a campanha. Apesar de não terem processos indeferidos, os outros dois candidatos à prefeitura de Aral Moreira também estão bem distantes de serem insuspeitos.

O candidato do MDB, Renato Marques Brandão (Macarrão), tem contra si o fato de ser irmão de Aldo José Marques Brandão, mega traficante de drogas com ficha criminal de mais de 24 processos, no Brasil e Paraguai, e condenação a 27 anos de prisão. Na fazenda do irmão de Renato Macarrão, aliás, eram realizadas as negociatas com outro grande traficante, Juan Carlos Ramírez Abadías, também preso.

Diga com quem andas 

E as ligações familiares, diretas ou indiretas, com traficantes não param por aí em Aral Moreira. Mais do que uma apoiadora, a família Soligo tornou-se uma espécie de cabo eleitoral da candidatura de Silvana Cordeiro (Patriota) à prefeitura do município. Vale destacar que um dos integrantes da família, Erineu Soligo, o Pingo, comandava rotas aéreas e terrestres de Santa Cruz de la Sierra, na Bolívia, até São Paulo, Rio de Janeiro e estados sulistas. Preso em 2010 no Paraguai, ele foi extraditado para o Brasil, onde a Justiça colocou-o em regime semiaberto. Se não bastasse o apoio vexatório, a candidata do Patriota também passou vergonha nas redes sociais e nas ruas de Aral Moreira após ser flagrada, ela e o esposo, recebendo indevidamente parcelas de R$ 600 do Auxílio Emergencial.

O auxílio é um benefício financeiro pago pelo Governo Federal a fim de garantir uma renda mínima aos brasileiros em situação de vulnerabilidade social durante o período de emergência de saúde pública decorrente do novo coronavírus (Covid-19).

Ficha corrida 

Em 2018, o Ministério Público de Mato Grosso do Sul instaurou inquérito contra um grupo que atuava no desvio de combustíveis para o abastecimento de caminhões que prestam serviços particulares de transporte e mudanças. Segundo o despacho, foi possível apurar que a ex-vereadora, Silvana Cordeiro, constava nas conversas “intercedendo em favor de um dos interessados no transporte gratuito de mudanças às custas do erário” (dinheiro público).

O posto em questão teria recebido R$ 3,2 milhões da prefeitura somente com o fornecimento ilegal de diesel entre os anos de 2012 a 2013. Em 2014, durante a campanha de Fael (ex-BBB), para a Assembleia Legislativa, Silvana Cordeiro foi detida com santinhos do filho. O caso foi registrado em boletim e ocorrência.

 

 

Fonte: manchetepopular

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