Dólar emenda 5ª alta e fecha a R$ 5,232, maior valor em 15 dias
O dólar comercial abriu o dia em baixa, mas depois inverteu a tendência e emendou hoje (16) a quinta alta consecutiva. Fechou com valorização de 1,76%, cotado a R$ 5,232 na venda. É o maior valor desde 1º de junho (R$ 5,384).
Ontem (15) a moeda norte-americana tinha subido 1,92%, vendida a R$ 5,142.
O valor do dólar divulgado diariamente pela imprensa, inclusive o UOL, refere-se ao dólar comercial. Para quem vai viajar e precisa comprar moeda em corretoras de câmbio, o valor é bem mais alto.
Perspectivas de mais estímulos pelo mundo
O apetite a risco voltou a prevalecer nos mercados financeiros globais, em meio a perspectivas de mais estímulos para recuperar as economias afetadas pela pandemia de covid-19.
Após o Federal Reserve (banco central dos EUA) anunciar que comprará títulos de dívida privada de empresas, repercutiam positivamente notícias de que o governo dos Estados Unidos prepara pacote de US$ 1 trilhão em infraestrutura e que o Japão tomará mais ações se necessário.
“Todos estes fatores, juntos, vêm justificando um mercado externo um pouco mais tranquilo que ontem e no final da semana passada, quando o medo em torno de uma segunda onda da Covid-19 em alguns países, em particular na China, justificou uma certa correção em relação às semanas anteriores”, afirmou a equipe da Azimut Brasil Wealth Management.
Expectativa de corte de juros no Brasil
Além disso, analistas também citavam expectativa dos mercados em relação à reunião de política monetária do Copom, que começa nesta terça-feira. Espera-se que o Comitê anuncie mais um corte na taxa Selic, a nova mínima histórica, com uma pesquisa da agência de notícias Reuters projetando redução ao nível de 2,25% ao ano.
Nos últimos meses, o cenário de juros baixos no Brasil tem colaborado para alta da moeda norte-americana, uma vez que reduz os rendimentos de ativos locais atrelados à Selic, afastando o investimento estrangeiro. Esse contexto, somado a incertezas políticas locais, pode voltar a pressionar a moeda brasileira, que chegou a se aproximar da marca de R$ 6 por dólar em meados de maio.
* Com Reuters