“Difícil”, resume quem tenta pela “milésima” vez revalidar diploma de Medicina


Profissionais na saída da primeira prova na tentativa de validar o diploma do exterior. (Foto: Paulo Francis)
A 1ª etapa do Revalida 2022 em Campo Grande ocorreu na manhã de hoje (7) na UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul). Na saída do exame, quem fez as questões objetivas considerou a prova “muito difícil”. Para muitos, não é a primeira tentativa de validar o diploma e poder trabalhar no Brasil.

A maioria dos profissionais se formou no Paraguai e Bolívia, cursos que virara alternativa mais acessíveis, principalmente, para estudantes de Mato Grosso do Sul. Mas tabém teve muita gente de fora do Estado fazendo o Revalida por aqui. Uma delas é a paranaense Cryslaine Oliveira, 28, que pela terceira vez tenta validar o diploma da graduação de medicina que fez em Pedro Juan Caballero, no Paraguai.

Ela conta que desde que terminou o curso já começou a tentativa de revalidação. “Conforme a gente vai estudando vai mudando as coisas. Na faculdade diziam que a prova seria a mesma coisa todo ano, mas cada vez está mais difícil e vai piorando”, reclamou.

A estudante lamenta outros empecilhos para conseguir “legalizar” o documento. Foi pago 410 a inscrição e caso passe a próxima etapa custa cerca de R$ 3 mil.

Da mesma reclamação compartilha Nathalia Braga, de 30 anos. Ela se formou em Pedro Juan Caballero no final de 2015 e até hoje não conseguiu revalidar o documento que precisa para atuar aqui no Brasil. Ela contou que escolheu fazer faculdade fora por conta do valor mais acessível, pois já havia tentado vários vestibulares para universidades federais brasileiras, sem sucesso.

Nathalia tenta desde 2015 validar diploma que tirou em Pedro Juan Caballero. (Foto: Paulo Francis)
Nathalia tenta desde 2015 validar diploma que tirou em Pedro Juan Caballero. (Foto: Paulo Francis)
A primeira tentativa aconteceu em 2017, fez a prova por duas vezes, no começo e no fim do ano, mas não passou. Em 2018 e 2019 não houve Revalida. “Foi quando entrei em desespero, porque eu já estava com diploma, mas não podia atuar aqui então voltei para tentar atuar no Paraguai”, disse.

Insatisfeita com salário, e sem reconhecimento, além do serviço desgastante, Nathalia se inscreveu para o Programa Mais Médicos em 2019, onde atua até hoje no Rio Grande do Sul. “Mas não é o que eu quero. Quero me especializar em cirurgias, mas só consigo fazer a especialização aqui depois de validar o diploma”, explicou.

Em 2020 novamente tentou fazer as etapas da prova, mas não passou e hoje faz pela segunda vez no ano. “Foram 100 questões agora e serão 150 a tarde. É muito pouco tempo, mas me mantenho confiante”, concluiu.

A dificuldade é unânime. Caisson Rodrigues, de 29 anos, veio do Maranhão para validar o diploma que fez na Bolívia. Apesar de difícil ele contou que se preparou seis meses para a prova. Está confiante com a primeira etapa e esperançoso com a segunda etapa que será feita ainda nesta tarde.

Henrique Rodrigues, 26 anos, de Ponta Porã, estudou um ano e meio. “Não esperava tanta dificuldade, mas estou confiante e espero que me saia melhor na prova da tarde”, disse.

Alexandre já entregou nas mãos de Deus. Ele disse que não foi bem na primeira prova de hoje. Esta é a segunda vez que tenta o Revalida e estudou por três meses. “Vou mais confiante para esta segunda prova”, contou.

Henrique disse que não esperava tamanha dificuldade em prova. (Foto: Paulo Francis)
Henrique disse que não esperava tamanha dificuldade em prova. (Foto: Paulo Francis) – CREDITO: CAMPO GRANDE NEWS

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