DIA 1º DE MAIO – O QUE COMEMORAR?

A data teve origem no ano de 1886, quando em Chicago, nos Estados Unidos, trabalhadores fizeram uma manifestação nas ruas da cidade reivindicando a redução da carga horária de trabalho de 13 para 08 horas diárias, seguido de uma greve geral que se estendeu por todo o país, com conflito entre manifestantes e policiais, desencadeando a morte de inúmeros envolvidos e dezenas de feridos.

O objetivo do feriado seria para comemorar as conquistas dos trabalhadores ao longo da história.

E no Brasil, a data foi estabelecida em 1925 pelo presidente Artur Bernardes.

Mas será que temos o que comemorar?

Será que as relações de trabalho estão realmente equilibradas, e tanto empregador quanto empregado estão gozando de uma estabilidade de mercado e de relação empregatícia?

A realidade infelizmente é outra, dura, árdua e longe de se tornar consistente e efetiva na prática.

Por último, a Reforma Trabalhista que mais veio para ser utilizada como cunho político, através de uma troca de favores entre o Executivo e o Legislativo, sem que tenha havido uma discussão mais aprofundada sobre o tema, com a sociedade e, principalmente, com os próprios trabalhadores, agravou ainda mais as relações de emprego.

Tanto que em menos de 6 meses da vigência da reforma, o caos já estava instalado, acompanhado de uma imensa insegurança jurídica, naquilo que deveria ter sido uma reforma consciente e consistente.

De lá pra cá, a taxa de pessoas desempregadas aumentou, totalizando mais de 13,7 milhões de pessoas sem ocupação e sem saber o que esperar do amanhã.

O reflexo deste número de pessoas sem emprego é devastador, refletindo diretamente nas famílias, e contribuindo para a crescente taxa de violência, abandono escolar e universitário, fome e, consequentemente, a pobreza.

No ano da reforma trabalhista, houve um aumento de 1,49 milhão de pessoas que passaram a conviver com renda de até R$ 136,00 mensais.

E do outro lado, a situação dos empresários também não está nada fácil, agravada recentemente, tanto para trabalhadores como para empregadores, em razão da pandemia do COVID-19, porém, há de se reconhecer que são pessoas empreendedoras que arriscam tudo o que tem para montar o seu negócio e com isso, gerar empregos e dar condições para o país caminhar para o desenvolvimento.

O momento é de reflexão e, principalmente, união, pois estamos em meio a tantas adversidades, onde empregadores e empregados precisam juntos cobrar ações governamentais efetivas, com medidas que possam realmente beneficiar a ambos, garantindo ao empresário segurança e incentivo para manter e desenvolver seu empreendimento e do outro norte, possibilitando que o empregado tenha garantia de emprego, com relação duradoura e que lhe traga segurança para si e para sua família.

Jacqueline Hildebrand Romero – Advogada
OAB/MS 11.417
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