Defesa tenta manobra para cancelar audiência sobre execução de policial

Foragido desde junho do ano passado, o empresário Flavio Jamil Georges, o “Flavinho”, 42 anos, apresentou à Justiça de Mato Grosso do Sul petição para adiar audiência marcada para esta tarde, para ouvir testemunhas de acusação na ação criminal em que ele e o pai, Fahd Jamil, conhecido como “Rei da Fronteira, são acusados como mandantes do fuzilamento do sargento Ilson Martins Figueiredo, chefe de segurança da Assembleia Legislativa. O crime ocorreu em junho de 2018, em Campo Grande, e foi investigado pela Operação Omertà, que apontou pai e filho e mais cinco pessoas como participantes da execução.

Petição de hoje assinada pelos advogados Rafael Serra Oliveira e João Pedro Vidal, de São Paulo, alega que Flavinho não foi citado sobre a audiência de hoje e que a defesa foi “surpreendida” com publicação no Diário da Justiça do dia 18 de fevereiro intimando o réu sobre a sessão.

Não foram concluídos os trâmites para a citação do Peticionário, já que ele não foi citado pessoalmente e também não foi determinada a expedição de edital de citação, nos termos dos artigos, 361, 363, §1º e 366, todos do Código de Processo Penal”, diz o texto protocolado 3 horas antes do compromisso judicial, marcado para começar às 13h30.

Os advogados alegam, ainda, que haverá prejuízo à representação do réu caso se decida pela realização da audiência na data de hoje. Dizem não ter tido tempo hábil para analisar os autos e se inteira sobre o que as testemunhas de acusação sabem sobre os fatos narrados da denúncia. Afirmam ser “impossível fazer a elas qualquer indagação em defesa do réu e em contraditório ao parquet (Ministério Público)”

A manobra da defesa ocorre mais de meio ano depois da operação que tentou prender Flavinho e o pai, e ambos já haviam fugido. A denúncia contra eles foi acatada em outubro do ano passado, ou seja, há mais de 4 meses.

O caso – Conforme a peça baseada em inquérito de força-tarefa da Polícia Civil, Figueiredo foi alvo de crime de pistolagem, sob encomenda do empresário Fahd Jamil, 79 anos. A motivação seria vingança pela morte de Daniel Jamil Georges, o Danielito, filho de Fahd, desaparecido em 2011 e dado como morto no ano passado, e irmão de Flavinho. A família sempre foi conhecida como uma das mais poderosas da região fronteiriça de Ponta Porã e Pedro Juan Caballero, no Paraguai.

Também são réus no processo o empresário campo-grandense Jamil Name, 81 anos, e o filho, “Jamilzinho”, 43 anos, ambos presos na penitenciária de segurança máxima de Mossoró (RN) por chefiar organização criminosa em Campo Grande, que atuaria em espécie de consórcio com o grupo criminoso da fronteira, inclusive para eliminar inimigos, tal qual o sargento reformado e chefe de Segurança da Assembleia Legislativa.

Os outros três réus no caso são o ex-guarda civil metropolitano de Campo Grande, Marcelo Rios, em cumprimento de preventiva em Mossoró, além Juanil Miranda Lima, outro ex-guarda, que está foragido, e um homem ligado a Fahd Jamil, Melciades Aldana, que também não foi localizado pela força-tarefa.

 

A petição vai ser analisada pelo juiz do caso, Aluizio Pereira dos Santos, da 2ª Vara do Tribunal do Júri, durante a audiência, para ouvir testemunhas de acusação, entre elas autoridades policiais que investigaram o caso. (CAMPO GRANDE NEWS)

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