Coronavírus – “Não está nem no pico e muito menos diminuindo”, diz Mandetta

O ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta, falou em entrevista nesta sexta-feira (8) e sobre os possíveis cenários para uma volta do futebol no Brasil e na América do Sul. Sehunso Mansdetta, o cenário neste momento ainda não é animador e um retorno deve demorar algum tempo para ser totalmente seguro para a volta da pratica esportiva.

Na entrevista, o ex-ministro falou especificamente sobre Libertadores da América, que parou ainda na fase de grupos, eliminatórias para a Copa do Mundo de 2022, que teve suas rodadas iniciais suspensas, e Campeonato Brasileiro, que deveria ter começado dia 2 de maio.

“Estamos em um momento em que o número de casos no Brasil está subindo. Não está nem no pico e muito menos diminuindo. Devemos ter uma escalada no mês de maio e junho, para que a gente comece a ter uma estabilização em julho e, em agosto e setembro, a gente comece a ter uma redução de casos. E você pode ter, por exemplo, o Sul do Brasil em uma situação mais confortável que o Nordeste agora. Mas o Nordeste pode melhorar, e o Sul, que costuma ter sua sazonalidade de doenças respiratórias em junho e julho, ter o seu aumento de casos”, afirmou Mandetta.

“Então um Campeonato Brasileiro, que é disputado em vários estados ao mesmo tempo, vai exigir debate entre os organizadores, profissionais não só da medicina esportiva, mas também de biossegurança, epidemiologia e sanitaristas para encontrar um ponto de equilíbrio”, complementou.

O ex-ministro ainda citou a mistura de atletas jovens com profissionais em faixa etária de riscos, como treinadores, massagistas e até profissionais da imprensa. E reforçou que os grandes deslocamentos do país podem trazer ainda mais problemas.

Para ele, uma volta precipitada pode trazer ainda mais problemas e levar o país ao lockdown.

“Seria decidir pelo retorno e logo na frente ter que suspender. Seria flertar com a possibilidade de uma quarentena mais rígida, de um lockdown, como se chama. Seria a possibilidade de colocar o futebol como um dos corresponsáveis de uma situação crítica para a sociedade. Não faria bem ao futebol. Acho que não tem elementos. Acho que a gente deve esperar um pouco mais e ver como isso vai se dar na Europa, onde já passou o pior da crise. Para que aí a gente possa passar da nossa crise e tomar as nossas decisões”, disse.

No caso da Libertadores, esses problemas são ainda mais agravados. E Mandetta vê a volta ainda mais complicada.

“As competições internacionais vão levar mais tempo. Eu não consigo imaginar, por exemplo, um time brasileiro decolar em um avião e pousar em uma Buenos Aires, que está fazendo um plano de contingência muito forte. Isso teria que envolver Relações Exteriores, Itamaraty… Teria que ser um pacto muito bem construído, não só pelas federações, mas pelos países, pelas embaixadas. Para saber se seria possível esse tipo de evento esportivo”, finalizou.

 

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