Concessão de seguro-desemprego em MS é a maior em quatro anos
No comparativo com os primeiros dois meses do ano passado, o aumento foi de 6,47%, quando 14.405 trabalhadores foram contemplados com o auxílio governamental – Foto: Gerson Oliveira / Correio do Estado
No comparativo com os primeiros dois meses do ano passado, o aumento foi de 6,47%, quando 14.405 trabalhadores foram contemplados com o auxílio governamental. Montante resulta em acréscimo de 932 seguros concedidos em um ano.
Ainda de acordo com o MTE, os 12 meses de 2023 encerraram com total de 87.559 benefícios aprovados.
Separadamente, os dados mostram que em janeiro o número de segurados pelo benefício trabalhista chegou a 8.145, resultado de 9.576 requerimentos, com taxa de habilitação de 85,1%. Enquanto em fevereiro o número baixou para 7.192 seguros concedidos, queda porcentual de 11,70% em 30 dias.
Em consenso, economistas consultados pelo Correio do Estado indicam que o crescimento no número de pedidos de seguro-desemprego pode estar associado o panorama de dificuldades econômico nacional.
O mestre em Economia Lucas Mikael analisa o contexto como reflexo das dificuldades enfrentadas pelas empresas na criação de oportunidades de trabalho de alto padrão.
“Essa situação é influenciada tanto pela diminuição da demanda quanto pela restrição do crédito por conta das taxas de juros elevadas. Diante desse cenário, os empresários estão reavaliando seus investimentos e ajustando o quadro de funcionários”, avalia.
Conforme o administrador Leandro Tortosa, o seguro-desemprego funciona como um indicador de como anda a economia, e quando o número de pedidos aumenta, é sinal de que a economia está estagnada ou em recessão.
“Logo após a fase mais aguda da pandemia, houve uma recuperação no emprego formal. Então, aumentou a base de pessoas que têm direito ao seguro-desemprego, no caso dos trabalhadores demitidos sem justa causa e demais que têm direito ao benefício”, detalha.
Sobretudo, para Mikael, o mercado de trabalho sul-mato-grossense demonstra um desempenho positivo, atribuível principalmente ao aumento no número de pessoas empregadas.
“Este cenário tende a puxar uma retomada nos próximos meses, diminuindo o número de requisições”, analisa.
PERFIL
Entre os 15.337 segurados nos primeiros dois meses de 2024, a maioria (63,78%) era de homens. Segundo os dados do Ministério da Economia, 11.615 pedidos do seguro foram realizados por homens, enquanto o porcentual de mulheres foi de 36,22%, ou 6.596 solicitações.
A faixa etária que mais ficou desempregada no período foi entre 30 e 39 anos, com 5.669 requisições, na sequência: trabalhadores com idade entre 40 e 49 anos, 3.725; 3.318, entre 25 e 29 anos; depois os com idade entre 18 e 24 anos somaram 3.209 pedidos; de 50 a 64 anos foram 2.149; acima de 65 anos, 66 solicitantes; e até 17 anos, 75 requerentes.
Uma mudança de comportamento que vem se consolidando entre os trabalhadores é o aumento das solicitações via internet. No primeiro bimestre de 2023, 9.836, ou 59,6%, dos 16.506 desempregados fizeram o pedido on-line.
No mesmo período deste ano o porcentual saltou para 65,3%, ou 11.894 dos 18.211 solicitantes.
O painel de informações do seguro-desemprego mostra também que foram pagas 42.216 parcelas, o que totalizou um montante de R$ 73,790 milhões. Já o valor médio por parcela depositada foi de R$ 1,74 mil.
Ainda de acordo com números divulgados pelo Ministério do Trabalho e Emprego, entre janeiro e fevereiro deste ano foram registrados 18.211 pedidos de seguro-desemprego em Mato Grosso do Sul, dos quais 15.337 foram acatados pelo ministério. O porcentual de benefícios garantidos foi de 84,2%.
ESTOQUE
Em complemento ao cenário, o Estado voltou a registrar números positivos na geração de empregos pelo segundo mês consecutivo.
Dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) divulgados nesta quarta-feira (27) pelo Ministério do Trabalho e Emprego, indicam a criação de 5.998 vagas de trabalho em fevereiro deste ano e de 10.709 no acumulado do ano em Mato Grosso do Sul.
Os números do Caged indicam ainda que no mês passado foram admitidas 39.054 pessoas e desligadas outras 33.056. O estoque de pessoas trabalhando agora chega a 668.674 pessoas.
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