Companhia aérea Avianca Holdings entra em recuperação judicial
Segunda maior companhia aérea da América Latina, a colombiana Avianca Holdings entrou neste domingo com um pedido de recuperação judicial em um tribunal de Nova York. De acordo com a empresa, a medida foi necessária depois de a pandemia do novo coronavírus levar a uma paralisação das operações da companhia desde o meio de março. A empresa é a primeira empresa aérea da América Latina e a terceira do mundo a pedir recuperação judicial depois da crise do novo coronavírus.
A companhia afirma que vinha negociando um financiamento emergencial com o governo colombiano e outros governos da América Latina, mas não obteve sucesso. Com isso, foi necessário entrar com o pedido de recuperação judicial para proteger o capital e as operações da companhia. A empresa diz ter 5,3 bilhões de dólares em dívidas e obrigações contratuais e busca com a medida renegociar o pagamento desses valores. A quantia equivale a 29 bilhões de reais em valores atuais.
Em um comunicado divulgado neste domingo, a Avianca diz ter 21.000 funcionários na América Latina, sendo 14.000 na Colômbia. Operando em mais de 27 países na região, a Avianca diz ter transportado 30 milhões de passageiros e 600 milhões toneladas de carga em 2019.
“Quando as restrições às viagens de avião forem retiradas pelos governos, estaremos prontos para retomar nossos voos de passageiros gradualmente. Esperamos trazer de volta os funcionários que foram dispensados e esperamos ter um papel na recuperação da economia na Colômbia e em nossos outros mercados”, disse Anko van der Werff, presidente executivo da Avianca, em comunicado. “Nossos consumidores podem ficar confiantes de que podem depender da Avianca para um serviço seguro, confiável e de alta qualidade, e que os membros no programa LifeMiles poderão resgatar suas milhas normalmente.”
Fundada há 100 anos, a companhia aérea é uma das mais antigas do mundo. O principal acionista da empresa é o Synergy Group dos irmãos bolivianos naturalizados brasileiros Germán e José Efromovich, fundadores da antiga Ocean Air no Brasil. Os empresários compraram a Avianca em 2004. Em 2010, rebatizaram a Ocean Air como Avianca Brasil e fundiram a colombiana com a salvadorenha Taca Airlines, formando a Avianca Holdings.
Antes da crise do novo coronavírus, a empresa já enfrentava dificuldades financeiras. Em 2019, outros acionistas da empresa como a americana United Airlines e a empresa de participações salvadorenha Kingsland Holdings pediram o afastamento de Germán Efromovich do conselho de administração e do dia a dia da companhia.