Como Descobrir o Propósito da Minha Vida?
Temos o costume de pensar em “propósito” como tarefa, ou papel. Uma ação a ser feita. O propósito da vida do Pelé seria jogar bola. Nada combinaria tão bem com a sua vida como correr atrás de uma bola ao longo 90 minutos. Queremos encontrar propósitos similares: no trabalho, nos relacionamentos, na igreja, na faculdade. Talvez você sonha em achar ‘tarefas’ que encaixe perfeitamente com seu perfil.
As Escrituras, porém, sugerem uma outra definição de propósito. Propósito é o final, a conclusão, o resultado final. Se, por exemplo, tenho o propósito de agradar meus dois filhos pequenos, há muitas maneiras de chegar a esse fim: comprando doces, bexigas, levando eles ao parque, assistindo Paw Patrol, etc. Não há somente uma ‘tarefa’ que gera o resultado final do meu propósito. Inclusive, triste seria se houvesse somente um jeito de participar da alegria dos meus filhos.
Segundo as Escrituras, o grande propósito das nossas vidas é a glória de Deus. Fomos criados para isso. Somos chamados para isso. Em Cristo fomos capacitados para isso. Rendemos glória a Ele quando adoramos a Ele por quem Ele é.
Um solteiro pode glorificar a Deus.
Um recém-casado pode glorificar a Deus.
Um casal sem filhos pode glorificar a Deus.
Um estudante de direito, engenharia, ou medicina pode glorificar a Deus.
Um desempregado pode glorificar a Deus.
Um paciente que luta contra câncer pode glorificar a Deus.
Quando alguém se preocupa em descobrir “o propósito de Deus para sua vida”, pode ser que ele espera que as Escrituras vão lhe dizer qual faculdade devia fazer, qual emprego devia aceitar, com qual menina da sua igreja deve casar, etc.
De fato, há muita sabedoria nas Escrituras para as escolhas que fazemos ao longo da vida. Mas o propósito principal das nossas vidas não se encaixa em somente uma ‘tarefa’ ou um item em algum checklist. A Bíblia não vai nos dizer: “Corra atrás de uma bola durante 90 minutos”. (Veja Colossenses 3.17)
O propósito principal é como a história termina. Ali, na última página da vontade de Deus, depois de capítulos e capítulos que lidam com a cruz, a morte e o sepulcro, encontramos o Cristo ressurreto e muita, muita glória. (Veja João 12.28 e João 17.1-5)
Hoje, agora, nesse exato momento, você pode viver para o propósito de Deus. Você está passando por um momento de dor ou doença? Isso não significa que você está fora dos propósitos de Deus. Está incerto sobre aonde focar a sua vida e sua atenção? Foque naquilo que espelhará a pessoa e obra de Jesus Cristo. Viva hoje com gratidão, independentemente das tarefas que estão no seu checklist
AMIZADES
AMIZADES
Amizades são muito importantes em nossa vida. Elas contribuem grandemente em nossa formação e modo de vida. Delas, surgem os relacionamentos mais profundos que definirão coisas importantes como com quem vamos nos casar e que tipo de pessoas vamos ser. As amizades são desenvolvidas primeiro em família e depois na convivência da igreja, escola, vizinhança, etc.
Note que nem todos os nossos conhecidos serão nossos colegas ou companheiros. Da mesma forma, nem todos os companheiros (de classe, trabalho, etc.) serão nossos amigos de fato. Muitas vezes, aqueles que consideramos amigos são apenas companheiros ou colegas e muitas vezes maus companheiros. Muito do que vamos ver sobre maus amigos, aplica-se a estes também.
A Bíblia nos dá muitas orientações a respeito de amizades. Ela fala da importância dos bons amigos e nos avisa sobre os perigos das más companhias através de várias exortações e ricos exemplos.
A IMPORTÂNCIA DAS AMIZADES
Este é um assunto de grande importância. Somos exortados por Deus, através da Bíblia, a ter sérios e bons cuidados com relação à escolha de nossos amigos, pois eles têm muita influência em nossas vidas.
O que anda com os sábios ficará sábio, mas o companheiro dos tolos será destruído
(Provérbios 13:20).
Na verdade, a partir do momento em que escolhemos nossas amizades, não são apenas pessoas que estamos escolhendo, mas o rumo que nossas vidas terão. Ao escolhermos a amizade de pessoas que praticam coisas contrárias a Deus, estamos escolhendo o mundo e rejeitando a Ele.
Adúlteros e adúlteras, não sabeis vós que a amizade do mundo é inimizade contra Deus? Portanto, qualquer que quiser ser amigo do mundo constitui-se inimigo de Deus
(Tiago 4:4).
CUIDADOS COM AS AMIZADES
A escolha de bons amigos nos ajudará em muitos aspectos, especialmente em termos espirituais.
É muito fácil fazer uma má escolha. Pessoas que não amam a Deus e não respeitam a Sua Palavra costumeiramente nos oferecem sua amizade e, muitas vezes, parecem atrativas a nós. É certo que, se já somos crentes em Cristo, podemos e até devemos nos relacionar com tais pessoas a fim de influenciá-las pela nossa fé e exemplo de uma vida reta. Jesus mesmo fez questão de ter contato com pecadores, levando a eles palavras de salvação (Lucas 15:1; Mateus 9:10-13). Porém, há grande perigo quando nos relacionamos com tais pessoas e nos envolvemos com elas sem estarmos firmados em uma fé verdadeira. Nesses casos, em lugar de conduzi-los a Cristo, acabamos permitindo que as suas más influências nos corrompam.
Não vos enganeis: as más conversações corrompem os bons costumes
(1 Coríntios 15:33).
Algumas pessoas querem nos afastar de Deus e nos induzir a pecar contra Ele. Devemos ter cuidado, pois isso pode ocorrer até mesmo dentro da igreja, causando intrigas ou mesmo desvios de fé e conduta (heresias).
Quando te incitar teu irmão, filho da tua mãe, ou teu filho, ou tua filha, ou a mulher do teu seio, ou teu amigo, que te é como a tua alma, dizendo-te em segredo: Vamos, e sirvamos a outros deuses que não conheceste, nem tu nem teus pais; dentre os deuses dos povos que estão em redor de vós, perto ou longe de ti, desde uma extremidade da terra até à outra extremidade; não consentirás com ele, nem o ouvirás; nem o teu olho o poupará, nem terás piedade dele, nem o esconderás
(Deuteronômio 13:6-8).
Por não atentarem ao que diz a Palavra de Deus, infelizmente, vemos até mesmo muitos filhos dos crentes caindo em grande tragédia espiritual, sendo levados ao uso ou até ao tráfico de drogas e à prática de outros crimes pela influência de “amigos”.
Filho meu, se os pecadores querem seduzir-te, não o consintas. Se disserem: Vem conosco, embosquemo-nos para derramar sangue, espreitemos, ainda que sem motivo, os inocentes; traguemo-los vivos, como o abismo, e inteiros, como os que descem à cova; acharemos toda sorte de bens preciosos, encheremos de despojos a nossa casa; lança a tua sorte entre nós; teremos uma só bolsa. Filho meu, não te ponhas a caminho com eles; guarda das suas veredas os pés; porque os seus pés correm para o mal e se apressam a derramar sangue
(Provérbios 1:10-16).
Devemos ter cuidado com aquelas companhias que gostam de confusão e que buscam a violência. Eles são perigosos até a si mesmos.
Não sejas companheiro do homem briguento nem andes com o colérico
(Provérbios 22:24).
Algumas amizades precisam ser totalmente evitadas. Devemos, enquanto é tempo, nos afastar daqueles falsos amigos, que querem nos incitar para desviar do Senhor e praticar o pecado. É claro que não se aplica a nós a ordem de matá-los como era ordenado na Lei para os israelitas, mas fica óbvio o sentido de que eles devem ser TIRADOS da NOSSA vida e de nossos filhos, e suas más obras devem ser condenadas e afastadas dos nossos olhos.
Bem-aventurado o homem que não anda segundo o conselho dos ímpios, nem se detém no caminho dos pecadores, nem se assenta na roda dos escarnecedores
(Salmos 1:1).
Não porei coisa má diante dos meus olhos. Odeio a obra daqueles que se desviam; não se me pegará a mim
(Salmos 101:3).
Há outro tipo de falsos amigos que nos fazem mal, que são aqueles atraídos por interesses. Podemos reconhecer esses “amigos” por observar que o que eles querem é somente usufruir daquilo que podemos lhes oferecer, seja material ou algum outro tipo de favor. Precisamos ser sábios para enxergar em tempo que estes não são realmente nossos amigos. Pessoas que só estão à espera do que nós temos a lhe oferecer não são amigas em sentido algum. Um exemplo bíblico disso é o da parábola do filho pródigo. Lemos que ele tinha “amigos” ao seu lado enquanto desfrutava da sua herança e ficou em abandono total após o dinheiro acabar. Uma verdadeira amizade não é propriamente estabelecida no interesse em “dar e receber”, embora esse “dar e receber” seja necessário a ela como vamos ver adiante.
As riquezas granjeiam muitos amigos, mas ao pobre, o seu próprio amigo o deixa
(Provérbios 19:4).
Devemos tomar cuidado, também, com aqueles que não mostram lealdade a outras pessoas como colegas e familiares. Se agem assim com eles, muito provavelmente agirão conosco também.
O que rouba a seu próprio pai, ou a sua mãe, e diz: Não é transgressão, companheiro é do homem destruidor
(Provérbios 28:24).
Sempre corremos o risco de que nossa amizade e fidelidade dedicadas a alguém, não sejam correspondidas. Jesus mesmo sofreu a traição (embora ele já o soubesse desde sempre). Davi também teve “amigos” que foram falsos com ele e o traíram depois (Salmos 35.11-16). Por que haveria de ser diferente conosco?
Até o meu próprio amigo íntimo, em quem eu tanto confiava, que comia do meu pão, levantou contra mim o seu calcanhar
(Salmos 41:9).
Alguns dos amigos mais perigosos são aqueles que sempre concordam conosco, apoiando-nos mesmo nas coisas erradas. Por concordarem e apoiarem nossas ideias e atitudes, eles parecem “bons amigos”, mas poderemos observar que isso não é verdade.
Melhor é ouvir a repreensão do sábio, do que ouvir alguém a canção do tolo
(Eclesiastes 7:5).
O amigo verdadeiro está pronto tanto para nos dar apoio e palavras de aprovação amorosa quanto para nos repreender e corrigir com palavras francas. A pessoa sábia procura ter amigos com coragem e convicção para repreendê-la quando for necessário. Por outro lado, o insensato evita pessoas que a corrijam e critiquem, procurando aprovação em tudo que faz. É claro que ninguém gosta de ser corrigido, mas todos nós precisamos de amigos que nos amem tanto a ponto de ter a coragem de apontar e nos ajudar com nossos erros.
Melhor é a repreensão franca do que o amor encoberto.
Leais são as feridas feitas pelo amigo, mas os beijos do inimigo são enganosos.
O óleo e o perfume alegram o coração; assim o faz a doçura do amigo pelo conselho cordial
(Provérbios 27:5, 6 e 9).
Dessa forma, devemos fazer um firme propósito como o de Davi, de buscar cercar-nos de pessoas tementes a Deus.
Companheiro sou de todos os que te temem e dos que guardam os teus preceitos
(Salmos 119:63).
Uma vez que escolhemos TER bons amigos, devemos buscar SER bons amigos também! As Escrituras nos aconselham sobre as responsabilidades de companheiros fiéis. Amigos contam com a presença uns dos outros:
Como o ferro com ferro se aguça, assim o homem afia o rosto do seu amigo
(Provérbios 27:17).
Mais vale o vizinho perto do que o irmão longe
(Provérbios 27:10).
As orientações bíblicas são valiosas para nos guiar em fazer e manter boas amizades.
EXEMPLOS DE AMIZADE
Três gerações da família de Davi nos servem de exemplos de amizades boas e más.
Davi e Jônatas – Um exemplo maravilhoso de amizade profunda e verdadeira é aquela mantida entre o próprio Davi e Jonatas. Ela mostra como deve ser uma verdadeira amizade, firmada em nosso íntimo (na alma), valorizando e amando aquela pessoa acima de nossos interesses pessoais.
E sucedeu que, acabando ele de falar com Saul, a alma de Jônatas se ligou com a alma de Davi; e Jônatas o amou, como à sua própria alma. E Jônatas e Davi fizeram aliança; porque Jônatas o amava como à sua própria alma. E Jônatas se despojou da capa que trazia sobre si, e a deu a Davi, como também as suas vestes, até a sua espada, e o seu arco, e o seu cinto
(1 Samuel 18:1, 3-4).
O rei Saul buscou incansavelmente matar Davi, escolhido por Deus como seu sucessor. Jônatas, da mesma forma, poderia ter olhado para Davi com inveja ou ódio, pois se Deus não tivesse nomeado Davi, o próprio Jônatas seria rei depois da morte de Saul. Jônatas não mostrou tal atitude mesquinha e mesmo contrário a seu pai, manteve uma amizade especial com Davi durante toda a sua vida. Quando Saul tentou matar Davi, Jônatas protegeu seu amigo (1 Samuel 20). Davi lamentou amargamente a morte desse amigo tão especial (2 Samuel 1:17-27). Mesmo após a morte de Jônatas, Davi buscou exercer benignidade para com o filho aleijado de seu amigo, Mefibosete (2 Samuel 9), em cumprimento da aliança firmada por eles.
Amnon e Jonadabe – Amnon, um dos filhos de Davi, não escolheu seus amigos do mesmo modo que seu pai. Em lugar de cultivar boas amizades, escolheu como companheiro seu primo Jonadabe (2 Samuel 13:3). Quando Amnon falou com este amigo sobre os seus desejos errados pela própria irmã, Jonadabe teve a oportunidade de corrigir e ajudar seu primo. Em lugar disso, ele “ajudou” Amnon a arquitetar um plano para estuprar a própria irmã. Além de levar Amnon a humilhar e odiar a moça inocente e a magoar profundamente seu pai (2 Samuel 13:4-21), o conselho de Jonadabe levou, afinal, à morte do próprio Amnon (2 Samuel 13:22-36). Jonadabe ainda teve a falsidade de tentar confortar Davi depois da morte de Amnon. Com certeza, esse não foi um bom amigo.
Roboão e seus colegas – Roboão, neto de Davi, se tornou rei depois da morte de Salomão. No início do seu reinado, procurou conselho de várias pessoas antes de tomar uma decisão importantíssima. Ele valorizou a amizade de seus jovens colegas acima da sabedoria dos homens mais velhos e experientes que haviam ajudado seu pai (1 Reis 12:7-11). A “ajuda” destes amigos contribuiu para a divisão do reino e diminuiu muito a influência de Roboão. Nossos amigos podem falar coisas que nos agradam, mas devemos dar ouvidos à sabedoria de pessoas mais sábias.
O QUE ESPERAR DE UMA AMIZADE
O ideal de uma amizade é que ela possa ser vista como Davi bem a definiu: “Uma aliança do Senhor”. Isso representa um pacto de fidelidade irrevogável.
Usa, pois, de misericórdia com o teu servo, porque o fizeste entrar contigo em aliança do SENHOR
(1 Samuel 20:8).
É no momento de aflição e necessidade que mais precisamos ter ou ser amigos verdadeiros. Em uma relação de amizade, mesmo quando um se mostra fora do temor de Deus, o outro amigo deve agir com compaixão, ajudando-o e buscando trazê-lo de volta ao bom caminho e não se fazendo companheiro dele em seus erros.
Ao que está aflito devia o amigo mostrar compaixão, ainda ao que deixasse o temor do Todo-Poderoso
(Jó 6:14).
Nos piores momentos é que o amigo cresce e oferece o melhor de si. Nesse sentido é que a Escritura diz que ele se faz mais que um amigo, tornando-se um irmão.
Em todo o tempo ama o amigo e para a hora da angústia nasce o irmão
(Provérbios 17:17).
Todos nós precisamos de amigos verdadeiros que estejam ao nosso lado e nos auxiliem em certos momentos da vida.
Porque se um cair, o outro levanta o seu companheiro; mas ai do que estiver só; pois, caindo, não haverá outro que o levante
(Eclesiastes 4:10).
CONCLUSÃO:
Coloque em prática aquilo que a Bíblia ensina sobre a verdadeira amizade, atentando ao seu ensino e exemplos.
1- Escolha seus amigos com cuidado, evitando aquelas que lhe exerçam má influência para afastá-lo de Deus.
2- Valorize amigos sinceros que te ajudem e corrijam quando erra.
3- Corte amizades que prejudicam sua vida espiritual.
4- Seja fiel e de confiança, especialmente nos momentos difíceis, quando os amigos mais precisam de você.
5- Coloque sempre a Palavra de Deus como parâmetro para estabelecer suas amizades e relacionamentos.
Pr Waldir Ferro
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Autor: Pr Waldir Ferro
Fonte: www.PalavraPrudente.com.br