“Coleção de equívocos”, afirma Reinaldo sobre denúncia do MPF

O governador Reinaldo Azambuja (PSDB) classificou como coleção de equívocos a investigação que desaguou em denúncia contra ele, os irmãos Wesley e Joesley Batista, donos do grupo JBS, e mais 21 pessoas, apresentada ao STJ (Superior Tribunal de Justiça) pela subprocuradora-geral da República Lindôra Araújo.

Reinaldo afirma que a peça acusatória, derivada da Operação Vostok, tem como base a delação de pessoas sem qualquer credibilidade, cujas afirmações têm sido questionadas e derrubadas com frequência.

Ainda de acordo com as respostas do chefe do Executivo, cada ponto de irregularidade apontado será refutado durante o correr da investigação. Isso, reelembra, já foi feito em CPI aberta na Assembleia Legislativa, em 2017.

O governador vê, ainda, exploração eleitoreira na divulgação do andamento das apurações, que vêm a público justamente em período de campanha política.

Confira a entrevista abaixo:

Ao Campo Grande News o Governador falou sobre a deúncia

“Era um resultado até esperado, inclusive para tentar justificar a Operação Vostock. Vocês se lembram: fizeram uma operação exorbitante, totalmente desnecessária e acabaram refém dela. Basta olhar os fatos: todos os que foram presos daquele jeito, totalmente midiático, estavam aqui à disposição da polícia e da Justiça e poderiam simplesmente ser convocados para depor e esclarecer os fatos, as acusações. Mas não! Tinham que fazer daquela forma, e nada é por acaso, não é mesmo? Foi exatamente no meio da campanha eleitoral, poucos dias antes das eleições. Uma coisa despropositada e absurda.

 

 

Aí, acredito que pra justificar tudo isso, ficaram sem saída: tinham que indicar e denunciar. A verdade é que já são três anos de inquérito e nesse longo tempo não conseguiram levantar uma única prova de que eu tenha cometido algum ilícito ou recebido vantagem indevida. Tenho fé que esse caso vai ter o mesmo destino de outros dois que frequentaram a mídia – e fizeram o estrago que queriam – e depois não viraram nada. Foram devidamente arquivados, porque totalmente improcedentes. O importante é que, agora, vamos ter a oportunidade de, pela primeira vez, fazer uma ampla defesa e esclarecer ponto por ponto.”

Cá entre nós: não tem nada mais sem credibilidade no Brasil do que a delação da JBS! Essa gente fez o que quis durante muito tempo, impunemente. Cometeram vários ilícitos, de todo tipo e só tinha um jeito de se safarem: invertendo as coisas – procuraram sair da posição de vilões para os mocinhos da história. Mas nada como o tempo… Não há como ignorar que, a essa altura, as delações de membros da JBS estão sob grave suspeição e algumas já foram inclusive descartadas pelo próprio Ministério Público, porque estavam atoladas em inconsistências… E novas decisões nesta direção podem ser tomadas agora, pelo Judiciário, colocando tudo em seu devido lugar.”

Eu, pessoalmente, me sinto muito indignado, não só por mim, mas pela minha família e pessoas do nosso governo que viraram alvo e acabaram injustamente expostos nas páginas dos jornais e nas redes. Ao final, é um grande esforço de criminalização da atividade política. A gente tem que constatar que, se apuraram muita coisa errada, também erraram tentando jogar todo mundo na vala comum da corrupção. Eu não aceito isso. E vou até o fim pra provar minha integridade.

Acho que, quem tem mandato, tem responsabilidade e tem obrigação de prestar contas à população. Já fui investigado inúmeras vezes na minha vida pública e acho normal, entendo que tem que ser assim. São mais de 30 anos de atividade política e jamais tive uma condenação pelo que quer que seja. Veja os últimos casos, de pouco tempo atrás: dois inquéritos que alimentaram a mídia a todo custo – o 1198 e o 1257. Esclarecidos os fatos, foram arquivados pela justiça, por falta de provas. Mas na hora em que isso acontece, vocês sabem, não há reparação equivalente aos ataques sofridos na imprensa e nas redes sociais. Acaba tudo por isso mesmo. Infelizmente…”

Tem uma verdadeira coleção de equívocos, que vamos esclarecer, um a um, no curso do processo. Não posso tratar deles, ainda, aqui, porque o processo, como vocês sabem, corre sob sigilo de justiça. Mas, como já disse, vamos provar que não houve nenhuma vantagem indevida e nem tampouco qualquer ilícito.”

O caso, na imprensa

 

Reinaldo Azambuja: “Na imprensa, não! Só se for a imprensa marrom…. Porque esses aí não dá pra chamar de imprensa… São veículos sem qualquer compromisso com a verdade, pinçando fatos isolados de um inquérito que deveria estar trancado, sob sigilo de justiça. No Brasil é assim: os atingidos por um monte de denuncias furadas não têm sequer acesso às acusações, porque o processo está sob sigilo. O mesmo princípio, no entanto, não vale pra essa gente, porque eles servem a outros interesses, infelizmente.”

 

A conclusão do inquérito aponta documentos que provariam o contrário

 

 

“Não é verdade. Esse caso é tão absurdo que seria o primeiro, na história, de um governante que cobra propina para penalizar e não beneficiar uma empresa…. Veja que o único termo de incentivo fiscal que assinei revê toda a situação do incentivo da JBS e que acabou por aumentar, e muito, a arrecadação para o Estado. As pessoas não sabem, mas eles praticamente quintuplicaram o volume de impostos pagos em nosso governo em função da revisão, se comparado com os anos e governos anteriores.”

Motivação eleitoral

 

“O ano, mais uma vez, é eleitoral. Então, é sempre assim quando se aproxima a eleição! Isso é política velha, tocada por puro oportunismo. No começo do ano, chegaram a fazer até pedido de impeachment , o mesmo pedido que já havia sido feito três anos atrás e que foi descartado, por falta de provas e total inconsistência. Lembro que a CPI instalada em 2017 vasculhou durante 120 dias todo esse assunto e não encontrou qualquer irregularidade em relação ao governador.

Pelo contrário, acabou confirmando o que nós vínhamos apontando: a JBS estava fraudando sistematicamente o sistema tributário do Estado, com emissão de notas frias e outros expedientes. É o que está lá, em 96 páginas do Relatório Final. Isso ninguém fala. Tanto é assim que foi pedido judicialmente o bloqueio de bens do grupo no Estado. A empresa fez uma confissão dos crimes que ela cometeu e partir daí se estabeleceu o bloqueio de bens e o ressarcimento, que vem acontecendo em parcelas. Não haverá nenhum centavo de dano ao erário.”

“Espero que seja feita justiça neste caso, pois confio nas instituições do País. Que se puna quem errou e que se absolvam os que foram acusados e atacados injustamente. Da minha parte, continuo trabalhando sem descanso. Só não perco muito o meu tempo frequentando live todo dia… Não é o meu estilo. As pessoas não imaginam o nível de sacrifício para manter o Mato Grosso do Sul de pé nesses tempos difíceis. Fizemos o que tinha que ser feito, com coragem, e agora estamos colhendo os resultados.

 

Somos um dos primeiros Estados a vencer a recessão dos anos 2015- 2018 e temos orgulho de ser hoje o Estado mais aberto do país e, ao mesmo tempo, estar entre aqueles com o menor número de perda de vidas no contexto do coronavírus. Ao contrário de outros Estados, estamos mantendo as contas em dia, sem um único registro de atraso e investindo forte nos serviços públicos essenciais, especialmente de saúde, neste momento. Nossa retomada está a pleno vapor: já somos o segundo estado que mais cresce, um dos que mais gera empregos e o quarto que mais investe.”

Fonte: Conteúdo Ms

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