CNJ abre inquérito contra juiz de Campo Grande por corrupção e lavagem de dinheiro
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CNJ abre processo disciplinar contra magistrado após operação da Polícia Federal revelar indícios de enriquecimento ilícito e venda de sentenças.
O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) abriu um processo disciplinar contra o juiz Paulo Afonso de Oliveira, da 2ª Vara Cível de Campo Grande (MS). A investigação foi iniciada após a Operação Ultima Ratio, da Polícia Federal, que apura supostos crimes de corrupção passiva, associação criminosa e lavagem de dinheiro no Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul.
O ministro Mauro Campbell Marques, corregedor nacional de Justiça, determinou a investigação de todos os julgamentos realizados por Oliveira nos últimos cinco anos, incluindo processos envolvendo filhos de desembargadores. A decisão foi tomada após a PF encontrar indícios de que o juiz teria recebido vantagens indevidas para proferir decisões judiciais.
Entre os casos suspeitos, está o de um golpe milionário aplicado contra um aposentado do Rio de Janeiro, que teve R$ 5,5 milhões sacados de sua conta com a autorização de Oliveira e do desembargador Júlio Roberto Siqueira Cardoso, mesmo após alertas sobre a falsificação de documentos.
O corregedor também apontou para o patrimônio do juiz, considerado incompatível com seus rendimentos. Entre os bens, estão uma fazenda avaliada entre R$ 30 milhões e R$ 70 milhões, um avião de R$ 1,3 milhão e uma propriedade rural adquirida por R$ 18 milhões.
Oliveira terá 15 dias para prestar esclarecimentos ao CNJ. O juiz não foi afastado do cargo pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ).