China quer habilitar nova leva de frigoríficos brasileiros
China, responsável por comprar cerca de 50% da carne bovina brasileira exportada, desconsiderou a lista com 20 plantas enviadas pelo Governo Lula no fim de agosto e analisa mais de 50 unidades brasileiras para habilitação
O Ministério da Agricultura espera que a China habilite uma nova leva de frigoríficos brasileiros para exportar ao país após vistoria que realizará a partir de 1º de dezembro, próxima sexta-feira, em plantas no Brasil, segundo o secretário de Comércio e Relações Internacionais da pasta, Roberto Perosa. O país asiático, responsável por comprar cerca de 50% da carne bovina brasileira exportada, desconsiderou a lista com 20 plantas enviadas pelo Governo Lula no fim de agosto e analisa mais de 50 unidades brasileiras para habilitação.
“O Brasil possui 79 frigoríficos aptos a exportar para a China, credenciados no sistema. A decisão de habilitação é da China. A China visitará 18 frigoríficos, sendo três para confirmar habilitação (reabilitação), outros 11 plantas de carne bovina e quatro plantas de aves que ainda não são habilitadas”, disse ele, em coletiva de imprensa para balanço das ações da pasta no ano. O roteiro de unidades a serem visitadas foi escolhido pelas autoridades chinesas.
Segundo o secretário, apesar de a nova vistoria da China se restringir a 15 unidades, há expectativa de que a habilitação de plantas pelo país asiático seja ampliada além da lista de vistoria. Mantendo o mistério por trás das suas ações, as vistorias por parte do país gera grande expectativa no mercado brasileiro que viveu momentos difíceis em 2023.
“A China nos disse que, a depender do resultado, poderá habilitar todo lote. Eles não especificaram se habilitarão planta a planta ou por amostragem”, explicou.
“Intuímos que a partir do momento em que as plantas estão credenciadas pelo ministério no sistema, não haveria nenhuma objeção. Com isso, estamos confiantes de que poderão habilitar mais plantas além das colocadas na vistoria. Aguardamos a chegada da comitiva chinesa para iniciar as tratativas”, observou.
De acordo com o secretário, a China respondeu que, encontrando boas condições nas 15 plantas visitadas, poderá habilitar um lote adicional delas.
“Eles não disseram quantas seriam nesse lote adicional, mas a nossa expectativa é de que haja esse lote”, observou.
O país asiático desconsiderou a lista com 20 plantas enviadas pelo governo brasileiro no fim de agosto e analisa mais de 50 unidades, segundo informações da autoridade sanitária repassadas ao ministério. Perosa lembrou que neste ano a China habilitou quatro novas plantas brasileiras e retirou a suspensão de dois frigoríficos.
A China continua sendo o principal importador da carne bovina brasileira no acumulado do ano, respondendo por 49% das vendas brasileiras. Em 2022, o país representava 53,1% do total exportado no período. Até outubro, a China foi responsável pela receita de US$ 4,723 bilhões, o que representou uma queda de 32,3% na arrecadação de divisas.
No ano passado, até outubro, a receita foi de US$ 6,979 bilhões. Os preços médios caíram de US$ 6.621 por tonelada em 2022 para US$ 4.819 neste ano. No volume também houve queda de 7%, saindo de 1.054.088 toneladas em 2022 para 980.016 toneladas em 2023.
Compre Rural com informações do Estadão Conteúdo