Brasil está usando remédio para malária em pacientes graves
O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, afirmou que o país “já validou” e está fornecendo a cloroquina, medicamento que mostrou resultados promissores em testes para tratamento contra a covid-19, para pacientes mais graves.
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“Temos capacidade de produção, já estamos produzindo e está na prateleira dos pacientes graves”, disse durante conferência com presidente Jair Bolsonaro e empresários.
O medicamento é registrado no Brasil para tratamento de artrite, lúpus e malária. Em nota, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) informou que, apesar dos resultados dos testes em relação a nova doença, “não existem estudos conclusivos que comprovam o uso desses medicamentos para o tratamento”.
O Conselho Federal de Medicina (CFM) quer que a venda de medicamentos que contêm cloroquina e hidroxicloroquina seja autorizada apenas com receita médica. A entidade argumenta que a compra e o uso indiscriminado dos medicamentos não é recomendada, além de apontar desabastecimento desses produtos pela compra desnecessária.
Na falta de uma vacina e de antivirais específicos para tratar o novo coronavírus, pesquisadores em todo o mundo têm investigado, desde o início do ano, se drogas já existentes podem também atuar contra a covid-19. Uma das candidatas é a cloroquina, usada há 70 anos contra a malária, e a hidroxicloroquina, um derivado menos tóxico da droga.
Na quinta, 19, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump pressionou a FDA – entidade responsável por controlar os alimentos e remédios no país – a liberar medicamentos com potencial de tratamento contra o novo coronavírus. Trump alegou que, assim, poderia se chegar a um avanço no tratamento enquanto a vacina contra a doença ainda está sendo desenvolvida. Trump mencionou dois medicamentos. O Remdesivir, que é um remédio antiviral ainda em experimento pela Gilead Sciences Inc’s, e a hydroxycloroquina.