Arroba passa os R$ 300 em SP, no MS R$ 295

Aos poucos, os preços do boi gordo em São Paulo vão rompendo a barreira dos R$ 300/@, mostrando aos frigoríficos compradores que será difícil conter o movimento de alta da arroba, iniciado com força em janeiro, após um dezembro de quedas. Nesta terça-feira (2/1), as empresas que acompanham o mercado pecuário detectaram novos aumentos nos preços da boiada gorda em algumas importantes praças pecuárias.

Em São Paulo, segundo apurou a Scot Consultoria, a arroba subiu para R$ 302/@ (valor bruto e a prazo). As cotações da novilha gorda também registraram incremento na mesma intensidade, negociadas em R$ 292/@. No levantamento da IHS Markit, o valor máximo do boi gordo chegou a R$ 305/@ em São Paulo, para desconto do Funrural,  enquanto a vaca gorda atingiu R$ 286/@ na mesma praça (veja ao final deste texto os preços dos machos e fêmeas desta terça-feira nas principais regiões pecuárias do País).

Neste começo de ano, a escassez de oferta de animais prontos dita o ritmo de alta no mercado, visto que a maior parte das indústrias frigoríficas não consegue evoluir de forma mais consistente a suas escalas de abate, relata a IHS. A busca por animais terminados, continua a consultoria, voltou a dar sinais de consistência, já que muitas unidades de abate iniciaram o mês de fevereiro com baixa cobertura em suas escalas, sobretudo em algumas regiões que dispõem de um maior número de plantas habilitadas para exportação da proteína bovina.

Neste contexto, para não “furar” com os seus compromissos com os importadores, tais plantas frigoríficas disputam ativamente os poucos carregamentos de ofertas de gado existentes. Valores mais altos são pagos aos lotes padrão China e Europa.

Como se sabe, a bovinocultura de corte no Brasil passa por um período de alta no ciclo pecuário (forte retenção de fêmeas e altos preços de reposição). O atraso do período chuvoso nas principais regiões pecuárias só fez aumentar a pressão altista no mercado, pois ainda há grande escassez de oferta de boiadas terminadas no pasto. Tal cenário tende a mudar apenas na etapa final do primeiro trimestre de 2021, quando haverá um volume maior de animais de pasto aptos para abater, prevê a IHS Markit.

Giro pelas praças

Entre as principais praças pecuárias do Brasil, destaque para o avanço da arroba em São Paulo, onde é cada vez mais comum a efetivação de novos negócios para exportação a R$ 305/@ para desconto do Funrural, segundo a IHS.

No MT, MS, GO e MG, o ambiente também é de preços firmes, com relatos isolados de negócios entre R$ 295/@ até R$ 300/@, também para desconto do Funrural.

Nas demais praças, destaque para Rondônia, onde cresce a especulação altista devido à oferta restrita de boiadas. Algumas indústrias saíram das compras no Estado, informa a IHS.

Expectativa de preços firmes no atacado da carne

No mercado atacadista, o início do mês é tomado pela expectativa de que ao menos haja uma recuperação parcial na procura pela carne bovina, devido à entrada da massa salarial.

Como a oferta da proteína não deve apresentar grande evolução no curtíssimo prazo em função da irregularidade dos abates de animais, os preços dos principais cortes bovinos devem se manter sustentados, com possibilidade de firmeza em decorrência da melhor procura para alguns cortes, sobretudo o dianteiro e ponta de agulha, relata a IHS.

Mercado de Mato Grosso

O ano de 2020 foi marcado por preços recordes na arroba do boi e da vaca gorda em Mato Grosso, informa o Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea). Após a virada do ano, essa tendência altista continuou em janeiro, cenário atípico para este período do ano, observa relatório do Imea.

Após as quedas de preços registradas em dezembro de 20, a arroba do boi gordo a prazo apresentou uma valorização média de 55,77% em janeiro/21 ante a janeiro/20, saindo do patamar médio de R$ 177,74/@ para alcançar R$ 276,86/@, compara o Imea. Nesse mesmo período, a vaca gorda a prazo aumentou 57,61%, um acréscimo de cerca de R$ 100 no preço da arroba, finalizando o mês cotada a R$ 265,09/@, em média.

Segundo o Imea, os principais fatores que contribuíram para os preços mais elevados em janeiro deste ano foram a oferta limitada de animais, as exportações em patamares elevados e o aumento nos custos de produção, uma vez que os gastos com a aquisição de animais e com a compra de insumos para suplementação estão maiores.

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