Argentina proíbe voos nacionais e internacionais até setembro
A Associação Internacional de Transporte Aéreo enviou uma carta ao governo argentino solicitando a revisão de dois artigos do decreto anunciado no último sábado (25) que proíbem os voos nacionais e internacionais até setembro, devido à pandemia do coronavírus.
O decreto estendeu a quarentena obrigatória nacional até 10 de maio, podendo haver uma nova ampliação nesta data, mas já proibiram as companhias aéreas de emitir passagens até setembro. Desde que a quarentena teve início, os voos estão proibidos.
O aeroporto de Ezeiza tem funcionado apenas para receber voos de repatriação, com um máximo de 400 passageiros chegando por dia. Já o aeroporto de El Palomar, que havia sido recém-inaugurado para abrigar os voos low cost, está totalmente fechado.
Todas as passagens emitidas para os próximos meses foram canceladas e as aerolíneas devem oferecer novas datas de remarcação a partir de outubro.
Segundo a IATA, a decisão significará um “grande dano econômico”, além de “contradizer acordos internacionais” e de não colaborar no sentido de fazer com que o setor se reative de modo global após a pandemia. O documento alerta, ainda, para o fato de que muitas companhias podem não aguentar tanto tempo sem voar, colocando em risco o emprego de 329 mil funcionários.
Até o fechamento deste texto, o governo ainda não tinha se pronunciado sobre a carta. No sábado, porém, a medida foi anunciada como uma forma de evitar que existam novos contágios vindos de fora da Argentina até essa data.
Quanto aos voos internos, estes estão proibidos também pelo fato de que há províncias que ainda não manifestaram registros de contaminação, portanto não está permitida a viagem em voos domésticos. Algumas delas tomaram medidas ainda mais restritivas, com apoio do governo nacional. Em Jujuy, por exemplo, mesmo entrando de carro, é necessário cumprir uma quarentena antes de circular.
A ALTA (Associação Latino-americana e do Caribe de Transporte Aéreo) também enviou um comunicado ao governo argentino expressando preocupação com a medida.
“A Argentina se caracterizou por ter uma voz de liderança internacional, e entendemos que não é sua vontade deixar de cumprir compromissos internacionais, por isso esperamos que a medida seja revista”, diz o texto assinado pelo diretor-executivo da entidade, Luis Felipe de Oliveira.