Amplavisão 1535: Sem mandato os políticos desidratam no ‘sereno’
NO SERENO: Criado num lar onde a política era parte do cotidiano e ouvindo figuras como o ex-governador José Fragelli, o deputado Felipe Orro (PSD) tem uma sacada genial sobre o drama do político que fica sem mandato. Para o parlamentar, nesta situação o político é comparável a carne bovina quando transformada em carne ‘soleada’. Fica menor e muda o sabor. Amei a definição.
A RODA GIRA: Políticos que ficarão sem mandato ou que foram derrotados devendo sofrer as consequências do ‘sereno’: Puccinelli, Rose Modesto, Mandetta, Delcídio do Amaral, Marquinhos e Fabio Trad – alguns deles. Integrar a futura administração estadual para disputar as eleições de 2024 seria opção viável dependendo do cenário na época.
PUCCINELLI e Moka: Desgastados, sem tempo de reação pela idade; Rose Modesto, chances apenas como coadjuvante; Mandetta, sem grupo político voltará à medicina; o solitário Delcidio do Amaral, criaria talvez uma empresa de consultoria; Marquinhos voltaria a advocacia de olho em 2024. Fábio Trad – presume-se desiludido com as urnas.
DESEMPREGADOS: A renovação nas urnas desempregou figuras nacionais como os senadores Fernando Collor, Simone Tebet, Marconi Perillo, Romero Jucá, Álvaro Dias, Kátia Abreu, José Serra, Tasso Jereissati, Lasier Martins, Fernando Bezerra, Telmário Mota. Aliás, das 27 vagas para o Senado apenas 5 foram preenchidas com reeleitos. Mas em 2018, das 32 candidaturas a reeleição só 8 obtiveram êxito.
CRÍTICAS: Para um ex-deputado o ex-governador Puccinelli é bom gestor mas peca como líder partidário. No episódio que o deputado Eduardo Rocha, do MDB deixou o cargo para assumir a Secretaria Governo do PSDB – Puccinelli adotou postura passiva, conciliatória e minimizou o fato possibilitando que Paulo Duarte (de outro partido – PSB) assumisse o mandato.
PECADOS: Dizimado, o MDB não tinha estrutura para lançar uma chapa majoritária competitiva. Poderia ter lançado duas chapas, uma federal e outra estadual para encostar numa chapa majoritária e tentar eleger maior número possível de deputados. O erro foi tal que o partido só elegeu 3 deputados estaduais, dos quais 2 já tinham mandato. Mais: a candidata a vice escolhido por André não trouxe novos votos.
OUTRA OPÇÃO: O MDB poderia também fazer a opção por apenas uma chapa proporcional na esfera estadual. Com Carlos Marum, Moka e outros nomes conhecidos, além de Renato Câmara, Marcio Fernandes e Jr. Mochi o partido teria talvez condições de superar o quociente eleitoral elegendo até 5 deputados e garantir oxigênio político e negociar com o futuro Governo.
SIMONE: Dizem – a senadora estaria apostando na vitória de Lula e na sua participação num cargo que possibilite tentar reconquistar seu espaço no MDB. Confirmando essas previsões, ela seria talvez a única personagem do partido em condições de protagonizar uma futura disputa, muito embora suas relações atuais com Puccinelli e cia sejam ruins.
SOCORRO: A questão das custas/emolumentos dos cartórios continua imexível. Sérgio Longen, da FIEMS, foi o último a cutucar ‘essa onça’ com vara curta. Leitor denuncia: a escrituração de um imóvel de R$90 mil custa R$7.360,40. Pasmem! São 20 itens de despesas até ao registro. Quem pode, opta por cartórios de outros estados. ‘Alô alô candidatos ao Governo’!
BOQUINHAS: Pelo que se nota por aí são muitos os pretendentes a um cargo na administração estadual. O fato é visto como normal em todas as eleições já que pode haver espaços em funções onde pesaria mais o fator político. Acomodar quem influenciou na vitória, como companheiro ou aliado, sempre fez parte do jogo político. Portanto…
‘GRACIAS A LA VIDA’: “Agradeço à vida, que tem me dado tanto/me deu o riso e me deu o pranto…” No papo com o deputado Paulo Duarte senti no brilho de seus olhos a alegria e gratidão pela cura de um câncer raivoso. Só após o diagnóstico final ele revelou o drama vivido calado meses a fio. É um alerta para homens resistentes aos exames de prevenção. “A vida vale mais que qualquer mandato político”, comemora feliz Paulinho.
NO GARGALO: Tanto nos pleitos estadual como no nacional as campanhas tem se mostrado sem pudor, na base do vale tudo. Além das manifestações no horário eleitoral as redes sociais se incubem de apelar para armas inimagináveis. Confesso que ao longo de várias eleições, não tinha deparado com tantas barbaridades. No fundo do poço.
GANGORRA: Não conta só o prestígio ou desempenho do candidato. Outros fatores a influenciam circunstancialmente no eleitor. De 2028 para 2022, por exemplo, para deputado estadual – alguns favoritos ficaram de fora, outros tiveram melhor desempenho e alguns menos votos que no pleito anterior. Compare as votações de 2018 e 2022 dos candidatos eleitos:
CORONEL DAVID: 45.903 votos em 2018 e 31.480 votos em 2022 – Jamilson Naime: 33.870 em 2018 e 43.435 votos em 2022 – Renato Câmara: 33.291 votos em 2018 e 17.756 votos em 2022 – Zé Teixeira: 30.078 votos em 2018 e 39.229 votos em 2022 – Lídio Lopes: 27.877 votos em 2018 e 32.412 votos em 2022 – Paulo Corrêa: 27.664 votos em 2018 e 49.184 votos em 2022.
RINALDO MODESTO: 24.593 votos em 2018 e 12.800 votos em 2022 (o maior perdedor) – Marcio Fernandes: 23.296 votos em 2018 e 16.111 votos em 2022 – Pedro Kemp: 20.969 votos em 2018 e 27.969 votos em 2022 – Londres Machado: 20.782 votos em 2018 e 25.691 votos em 2022 – Neno Razuk: 19.472 votos em 2018 e 17.023 votos em 2022.
GERSON CLARO:16.374 votos em 2018 e 25.839 votos em 2022 – Antônio Vaz: 16.224 votos em 2018 e 19.395 votos em 2022 – Lucas de Lima: 12.391 votos em 2018 e 26.575 votos em 2022 – João Catan: 11.010 votos em 2018 e 25.914 votos em 2022 – Mara Caseiro: 28.813 votos em 2018 e 49.512 votos em 2022 – Amarildo Cruz: 15.919 votos em 2018 e 17.249 votos em 2022.
DEPUTADOS FEDERAIS: Beto Pereira: 80.500 votos em 2018 e 97.872 votos em 2022 – Geraldo Resende: 61.675 votos em 2018 e 96.519 votos em 2022 – Vander Loubet: 55.970 votos em 2018 e 76.561 votos em 2022 – Dagoberto Nogueira: 40.230
votos em 2018 e 48.217 votos em 2022 – Luiz Ovando: 50.376 votos em 2018 e 45.491 votos em 2018.
DOIS FATORES: São essenciais para o bom desempenho numa Secretaria de Estado: capacidade profissional e cumplicidade. O Secretário Jaime Verruck tem tudo isso. No futuro seus méritos serão reconhecidos pela atuação viabilizando projetos diversos da nossa infraestrutura econômica. No evento desta quinta na Assembleia Legislativa, ele deu uma aula à imprensa sobre transporte ferroviário no MS
CENSURA NÃO! “ A mais recente decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), de impor censura prévia à Radio Jovem Pan parece ser o epílogo de um filme de horror que insiste em não terminar. Ou de um jogo de futebol de várzea, onde todos estão errados, dos atletas indisciplinados ao juiz despreparado, passando pelos torcedores violentos…” (Ricardo Kertizman – jornalista do ‘O Estado de Minas’)
A PERGUNTA Como serão os últimos dias de campanha presidencial? A escalada de agressões verbais promete! O aguardado debate na Globo pode ou não decidir os votos dos indecisos? Como se comportarão nossos ‘insuspeitos’ institutos de pesquisas, os jornalistas e a maioria dos órgãos da chamada grande imprensa. Aliás, imparcialidade é artigo cada vez mais raro por aí.
Ponto final:
“Criticar sem ofender, elogiar sem bajular”. (Armando Nogueira)