Alckmin, o perdedor na aliança com Lula

LULA & ALCKMIN: Aliança política deveria ser igual ao casamento ideal, isto é, as duas partes deveriam levar vantagens iguais. Mas diferentemente nos acordos políticos, alguém acaba perdendo. No caso é o ex-governador de São Paulo que poderá ser vítima desta estratégia ao sair do PSDB em direção ao PSD, PSB ou ao Solidariedade.

O GOLPE: Lula sabe que a candidatura de Alckmin pouco influencia ou ajuda além do   território paulista, mas com isso quer tirá-lo da concorrência ao Governo ou Senado paulista por outro partido, abrindo assim as portas para o PT viabilizar a candidatura de Fernando Haddad no Estado onde o PSDB reina absoluto há 30 anos.

DECORATIVO: Vigiado pela máquina petista Alckmin teria  pouco espaço como vice presidente. Aliás, antes de se decidir, ele deveria conversar com Michel Temer que passou por terrível experiência no Palácio do Planalto. Temer não era estilo José de Alencar que se contentava em massagear o ego com pouco em raras ocasiões de nenhuma importância.

OPINIÕES:  Lula não reparte o ‘queijo’. É ele e ele! Alckmin deve repensar sobre as consequências de ‘atravessar o Rubicão’. Presume-se que saiba da ‘função’ de vice em todos patamares da gestão pública. Não desatará fita, não aparecerá nas fotos e não terá futuro.Vice tem só expectativa de direito. Será indicado para missões decorativas e ao final nomeado para um cargo de consolação.

É PENA!  Lula e Alckmin só estarão juntos por um motivo: combater Bolsonaro para tomar o poder. Não há um projeto palpável, o que é muito ruim para esse país. As diferenças entre ambos são infinitamente superiores as identidades. Mas só o tempo irá  mostrar se esse casamento de conveniências óbvias irá ou não prosperar e beneficiar a população.

PARLAMENTARES & AÇÕES: Paulo Corrêa (PSDB): Mais um ano difícil. Com experiência e sensibilidade cumpriu a parceria junto aos demais poderes e a sociedade organizada. Leva 10 com louvor. Zé Teixeira (DEM): Responsabilidade e seriedade formam o binômio de sua atuação na Secretaria da Casa – preparada para receber 2022 ainda mais fortalecida.  Lucas de Lima (Sol): Presidente da Comissão do Meio Ambiente viu premiado neste mes seus esforços com a sanção da lei tornando os banhados dos rios Formoso e Prata em Bonito e Jardim como áreas de preservação permanente.  Capitão Contar (PSL): O parlamentar com a certeza do dever cumprido. Neste ano apresentou   418 proposições entre projetos de lei, requerimentos, ofícios e indicações. Quantidade  com qualidade. Mara Caseiro (PSDB): Não lhe faltou disposição para atender também os municípios situados fora de sua região. E mais: Levou de volta para a Assembleia o notável toque feminino. Formidável.  Evander Vendramini (PP): Representou com garra a região pantaneira, falando de perto com seus representantes e fazendo a ligação com os poderes constituídos. Um parlamentar que se impõe pela postura equilibrada.

OPINIÕES: Para alguns observadores a aliança Alckmin-Lula atropela o processo, obrigando as lideranças de outras forças e partidos divergentes a se posicionarem mais rapidamente. A preocupação natural é que parte do eleitorado – antes simpático à terceira via – acabe optando por Lula, enfraquecendo assim essa alternativa nas urnas.

CONFIÁVEIS?  A mídia vem dando destaque aos números de pesquisas onde o ex-presidente Lula (PT) tem desempenho crescente – enquanto Bolsonaro perde força em certos segmentos do eleitorado e regiões do país. Mas olhando no retrovisor do último pleito presidencial há motivos para duvidar dos números e critérios dessas amostras. Como diz o cuiabano: “Tô deconfiado”.

 1-HISTÓRIA: Osvaldo Possari (PSDB), vice prefeito de Campo Grande de André Puccinelli (MDB) sob o discurso de que sua visão empresarial seria de alta valia. Só papo de palanque. Cansado de ficar no ostracismo, de se sentir inútil Possari limpou as gavetas de sua mesa antes do mandato terminar e foi cuidar de suas empresas. Dizem que André teria lhe incumbido de ações menores como administrar as praças e jardins. Mais um caso folclórico de vice.

2-HISTÓRIA: Em 04/12/1963, o senador Arnon de Mello atirou no seu colega de Alagoas Silvestre Péricles, mas matou o senador José Kairala (39) do Acre que cumpria seu último dia substituindo o titular. Aliás, mãe, mulher e o filho menor dele estavam presentes a trágica sessão do Senado. Arnon e Silvestre foram inocentados e voltaram ao cargo. Arnom ainda foi reeleito duas vezes enquanto a viúva de Kairala obteve só uma mísera pensão para custear os estudos do filho.

QUASE REPRISE? Em 2009 o senador Pedro Simon  após discutir feio com seu colega Fernando Collor confessou publicamente: “É incrível! Me veio a imagem do pai dele, que atirou no senador Kaiarala e o matou. O pai do Collor errou o tiro, mas ontem (parecia) que ele estava na minha frente, na minha reta (…) E eu não falei nada demais dele, quando o vi entrar correndo, completamente transtornado”.

PARLAMENTARES EM AÇÃO:  Marçal Filho (PSDB): Propondo  a Semana de Conscientização da Esquizofrenia demonstra sua sensibilidade para questões graves que passam ao largo da sociedade. Tem ações voltadas à saúde e educação.   João H. Catan (PL): envolvido em questões ambientais e outras que dizem respeito a sociedade atual cumpriu bem seu mandato neste ano. Evander Vendramini (PP): membro da CCJR participou das 40 sessões e como advogado de formação relatou 5 matérias consideradas constitucionais; votou a favor e elogiou os projetos sociais do Governo apreciadas na Casa. Antônio Vaz (REP): Presidente da Comissão de Saúde, vigilante ao crescimento da 3ª. onda pandêmica (ômicron) que assola o mundo e  preocupa o país e nosso Estado. Promete não baixar a guarda no recesso.  Gerson Claro (PP): peça importante no contexto do Governo; presidiu  a CCJR apreciando 586 proposituras nas 40 sessões anuais, além de ser o porta voz de vários municípios junto ao Executivo. Amarildo Cruz (PT): Critico, mas de bom senso, a favor do diálogo em prol dos segmentos que representa – idênticos aos do seu antecessor Cabo Almi. Tem o respeito da Casa. Paulo Duarte (MDB): postura e ações acima das questões partidárias e ideológicas. Neste pouco tempo já demonstrou que foi uma grande conquista do Legislativo.

SUPOSIÇÃO: nem sempre combina com a realidade. A preferência do eleitorado, (pelo menos nas pesquisas do Instituto Ranking) de Rose Modesto (PSDB) ao Senado com 18,15% – contra a 16,20% da ministra Tereza Cristina (DEM) e só 12,35% da senadora Simone Tebet (MDB) mostra a tendência de 2 mil eleitores de 35 municípios. Um aviso com sabor apimentado.

DEBOCHE?  Definido seu valor em Cr$5,7 bilhões o Fundo Eleitoral provoca críticas e discussões na sociedade. Os críticos lembram das dificuldades financeiras em atacar vários problemas sociais, que seriam mais importantes do que as questões eleitorais. Mas com o fim das doações das empresas às campanhas (efeito da Lava Jato), a saída foi essa para viabilizar as eleições. Quanto a origem do dinheiro – bem, essa é outra história.

MUITO OU POUCO?  Critica-se o número de nossos senadores e deputados federais, e vale comparar: Itália: 630 deputados e 320 senadores; Alemanha: 709 da Assembleia Legislativa e 69 do Conselho Federal; Reino Unido: 650 na Câmara dos Representantes   e 791 da Câmara dos Lordes; Japão 704; Índia 779 e China 2.980. Os ‘States’, é a exceção:  325 milhões de habitantes e o Congresso com 535 integrantes.

CUSTO$:   Temos o 2º Congresso mais caro do mundo, com US$7,4 milhões anuais por cada parlamentar, atrás apenas dos americanos: US$9 milhões. A Argentina gasta US$1,9 milhões, México US$1,7 milhões, Reino Unido US$360 mil, 20 vezes menos que o brasileiro); França e Itália a penas US$1 milhão, embora com número maior de parlamentares.

CASSEMS: Retrospectiva 2021: Lançado Serviço de Transplante de Medula Óssea; adere força tarefa da Sesau contra Covid e abre ponto de vacinação; unidade da capital ganha Centro de Infusão; Assembleia para prestação de contas; Drive-thru de vacinação funciona na sede do plano de saúde; no ar site de notícias; lançada obra da Clínica de Hemodiálise de Nova Andradina; Hospital da capital inaugura memorial às vítimas de Covid-19; lançada a ‘Rede Amo’ com serviço próprio em oncologia.

AÇÕES PARLAMENTARES:  Lídio Lopes (Patri): Um ano de atividade política intensa. Percorreu o Estado para checar de perto seus problemas. De fácil relacionamento e competente chegou a presidência da UNALE. Orgulha Mato Grosso do Sul.  Neno Razuk (PTB): Com simplicidade eficiente cumpriu mais um ano brilhante, envolvido em questões da saúde nos pequenos municípios que representa. Uma figura agradável.   Pedro Kemp (PT):  mais um ano em defesa das classes menos favorecidas e sempre envolvido principalmente nas questões da saúde, educação e justiça. Suas intervenções são positivas.  José C. Barbosa (DEM): participou de 40 sessões da CCJR que analisou 586 proposições em 2021. Tem macro visão dos desafios do Estado e notório saber jurídico das matérias atinentes a gestão pública. Bom nível.

LAMA ASFALTICA: A sociedade classifica como absurdas as consequências jurídicas das decisões recentes que poderão beneficiar cerca de 30 réus e envolvidos no caso da Lama Asfáltica. Tal qual na ‘Lava Jato’, as pessoas leigas no Direito – se baseiam no aspecto moral para julgar os políticos e empresários. Mas nos dois casos há de se perguntar: quem ficou com o nosso dinheiro? O gato teria comido? O quadro causa revolta. O povo não é idiota.

SORRIA: Os argumentos no palanque, tanto de Lula como de André Puccinelli serão quais? Até aqui ambos tem evitado de tocar no núcleo das denúncias. Vão tocar na ferida da corrupção ou vão passar ao largo do caso? São dois aspectos distintos, mas com a justiça sendo carente de credibilidade, perdendo de goleada para os sustentáculos da moral.

PILULAS DIGITAIS:

  Pode parecer comum, mas aqui desejo aos leitores um Feliz Natal e bom 2022.

Na internet:  Ackmin – “Desculpa eu te chamar de ladrão”. Lula – “Sem problema, chuchu”.

Hoje me deu uma saudade de um tempo que eu sentia saudade. (Carlos Castelo)

Quem não foge a tempo não ensina estratégia. ( Millôr Fernandes)

A única coisa coletiva no mundo de hoje é o individualismo. (Carlos Castelo)

Responda depressa: os melhores presentes de Natal você dá por generosidade ou por conformismo? (Millôr Fernandes)

Não adianta reclamar: o relógio não para!

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