Para economizar até 20% em material e mais transparência em licitação,vereador propõe método de simulação digital em obras
Os vereadores votam, nesta terça-feira (dia 2), um projeto de lei para instituir a Estratégia Municipal de Disseminação do Building Information Modelling (BIM), em Campo Grande. Conhecido como BIM, o método de Modelagem da Informação da Construção permite criar simulações digitais, manejando todas as informações de um projeto de arquitetura. Em outras palavras, prevê cada pequena parte da obra, inclusive as possíveis interferências e manutenções que serão feitas no futuro. O Projeto de Lei 9.603/19 é do vereador André Salineiro, que aposta na difusão do modelo em obras públicas e privadas para economia de tempo e dinheiro, além de mais transparência em licitações.
Salineiro destaca as vantagens do BIM no setor público para acabar com desperdício e economizar até 20% em materiais. “Esse modelo é perfeito para evitar aqueles gastos adicionais, que são os famosos aditivos do contrato, e ainda os problemas de manutenção, decorrentes de um projeto inicial que não previa nada sobre a evolução do uso daquele prédio. É um método que soluciona problemas virtualmente, reduzindo o custo com materiais em até 20%, segundo especialistas, e ainda contribui com a transparência nos processos licitatórios, que é o nosso maior interesse no setor público”, argumenta o vereador, citando dado divulgado pela Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI).
O vereador lembra ainda que o projeto de lei busca difundir o BIM de modo geral em Campo Grande, ou seja, criar condições favoráveis para o investimento em projetos com o método, estimular a capacitação para uso da ferramenta e incentivar o desenvolvimento de normas técnicas, guias e protocolos específicos para adoção do BIM, também no setor privado. Os objetivos são estimular o desenvolvimento e a aplicação de novas tecnologias relacionadas ao BIM e incentivar a concorrência no mercado por meio de padrões neutros de interoperabilidade BIM. Conforme o projeto, caberá à Prefeitura instituir o Comitê Gestor da Estratégia do Building Information Modelling, órgão deliberativo destinado a implementar a Estratégia BIM e gerenciar as suas ações.
Dados – Segundo a ABDI, ainda é “baixo e desigual” o uso do BIM no Brasil. Se 50% da construção civil adotar o BIM até 2028, o PIB do setor pode crescer até 7%, conforme a Agência, que foi criada pelo Governo Federal, em 2004, para promover a execução da política industrial, em consonância com as políticas de ciência, tecnologia, inovação e de comércio exterior. Ainda conforme estudo realizado pela ABDI, o BIM aumenta a produtividade das empresas em 10%, reduz custos totais em 9,7% e diminui gastos com materiais em 20%. O Decreto nº 10.306, de 2 de abril de 2020, institui a utilização do BIM na execução de obras e serviços de engenharia realizadas pelos órgãos e pelas entidades da Administração Pública Federal, ou seja, os municípios não têm obrigação de utilizar o método.
Foto: Izaías Medeiros/Câmara Municipal de Campo Grande
Assessoria de Comunicação