‘Bolsonaro comete o exercício ilegal da medicina’, diz especialista
Um dos nomes que compõem o comitê de enfrentamento ao novo coronavírus em Belo Horizonte, o infectologista Carlos Starling desaprova o protocolo do Ministério da Saúde que autoriza o uso da cloroquina para casos leves da COVID-19. O documento foi publicado nesta quarta (20). “O presidente, ao fazer apologia de um fármaco para uso numa situação para a qual ainda não foi testado, comete o crime de exercício ilegal da medicina e coloca em risco a segurança da população”, afirma.
O especialista tem se notabilizado pelo assessoramento na tomada de decisões do prefeito Alexandre Kalil. A capital mineira apresenta índices menores de morte e contágio em comparação aos estados vizinhos, como São Paulo e Rio de Janeiro.
O infectologista lembrou que a decisão não leva em conta estudos realizados em várias partes do mundo, que fazem ressalvas ao uso do medicamento. “Governo federal está se colocando acima dos princípios científicos internacionais que regem a segurança da indicação de um fármaco para uma nova indicação”, completou.
A autorização para o uso do medicamento, que até então estava com aval somente para casos graves da doença, foi dado ao Sistema Único de Saúde (SUS). A liberação do uso do medicamento foi assinado pelo ministro-interino da Saúde,
general Eduardo Pazuello, que está no cargo desde quando Nelson Teich deixou o comando da pasta, na última sexta-feira (15).