Chefe de Clã da Fronteira enfrenta prisão por quatro crimes

| Créditos: DIVULGAÇÃO/PF

 

A prisão inesperada de Antônio Joaquim da Mota, conhecido como “Tonho”, figura proeminente na fronteira entre Ponta Porã e o Paraguai, no último dia 20 de fevereiro, resultou de uma série de quatro crimes. A operação, que envolveu até mesmo o transporte de helicóptero até o presídio federal de Campo Grande para evitar riscos de resgate durante a transferência por terra, foi conduzida pela Polícia Federal.

A decisão de prender o pecuarista, apontado como líder de um clã na região fronteiriça, foi emitida pelo Tribunal Regional Federal da 3ª Região (TRF 3), após análise das evidências apresentadas pelo Ministério Público Federal (MPF). O MPF buscava a prisão preventiva e a inclusão no sistema penitenciário federal, argumentando uma série de eventos criminosos.

Segundo o MPF, o primeiro fato remonta ao período entre 2017 e novembro de 2019, durante o qual Antônio Joaquim da Mota e seu filho, conhecido como Motinha e atualmente foragido, teriam se associado a outras figuras do crime organizado. Eles teriam liderado uma organização criminosa dedicada a diversas atividades ilícitas, incluindo tráfico transnacional de drogas, corrupção ativa e porte ilegal de armas de fogo.

Antonio Joaquim da Mota e a esposa Cecy Mendes Gonçalves da Mota | Créditos: Reprodução

 

O segundo fato destacado nas investigações ocorreu em 30 de junho de 2017, quando foi realizada uma apreensão significativa de drogas em uma propriedade rural dos Motas, localizada em Pedro Juan Caballero, no Paraguai. Além dos entorpecentes, foram encontrados equipamentos utilizados na produção e processamento de drogas, bem como aeronaves e uma quantidade considerável de maconha pronta para distribuição.

O terceiro fato está relacionado à descoberta de armas de fogo e munições de calibres diversos, sem autorização legal, durante a mesma operação que resultou na apreensão de drogas.

Por fim, o quarto fato ocorreu em agosto de 2019, quando foram encontradas mais armas de fogo, equipamentos de comunicação e uma caminhonete em uma das propriedades dos Motas.

Diante dessas evidências, o TRF 3 considerou que a prisão preventiva era necessária para garantir a ordem pública, especialmente devido ao alto poder econômico do clã e à fuga do filho de Antônio Joaquim da Mota.

A defesa de Mota alegou omissões por parte do MPF em seus recursos, mas o pedido de habeas corpus foi negado pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ), que considerou que a discussão demandaria uma análise mais profunda dos fatos, incompatível com o escopo do habeas corpus.

 

 

CONTEÚDO MS

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