Impasse sobre passe continua, mesmo com ameaça de greve
De acordo com o presidente da concessionária responsável pelo transporte coletivo e urbano de Campo Grande, João Rezende, as empresas aguardam uma posição da administração municipal ainda hoje (16).
“Tínhamos reunião marcada para sexta-feira com a equipe da prefeitura, que foi cancelada. Nos informaram que assim que os estudos para o valor da tarifa forem concluídos, nos convocarão para uma reunião”, afirmou Rezende.
O reajuste da tarifa de ônibus de Campo Grande está sendo discutido desde o fim do ano passado.
Mas, de acordo com a Agência Municipal de Regulação dos Serviços Públicos (Agereg), o cálculo do aumento tem sido prejudicado pela falta de servidores na autarquia, já que, no fim de dezembro do ano passado, a prefeita Adriane Lopes exonerou 2,7 mil servidores da Prefeitura de Campo Grande (1,5 mil comissionados e 1,2 mil concursados que tinham cargos de chefia).
A demora para que haja um valor-base para o reajuste afeta os motoristas de ônibus, que, no ano passado, concordaram em alterar a data-base da categoria na espera de que o novo valor da passagem fosse decretado.
O acordo, segundo o presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Transporte Coletivo Urbano de Campo Grande (STTCU-CG), Demétrio Freitas, era de que os funcionários do Consórcio Guaicurus aguardariam até amanhã. Depois disso, eles prometem paralisar as atividades.
“Caso isso não aconteça [o reajuste] até o dia 17, nós vamos parar no dia 18”, declarou Freitas ao Correio do Estado em matéria publicada na sexta-feira.
Rezende, porém, espera que ainda hoje possa receber alguma novidade da prefeitura sobre o reajuste.
“Espero que esteja tudo pronto para amanhã, [mas] não fomos informados ainda [sobre uma nova reunião]”.
Pelo contrato, o reajuste do transporte coletivo deveria ser feito até o dia 25 de outubro de cada ano. O documento ainda determina que a cada sete anos seja feito um acréscimo referente ao reequilíbrio do contrato, o que não foi cumprido em 2019 (quando o contrato completou sete anos).
PASSAGEM A R$ 8
No ano passado, em reunião com o Tribunal de Contas do Estado de Mato Grosso do Sul (TCE-MS), a Agereg havia informado que o valor da tarifa técnica de ônibus de Campo Grande estaria em quase
R$ 8 (R$ 7,80).
O valor, segundo o diretor-presidente da autarquia, Odilon de Oliveira Júnior, traz esse acréscimo contratual de sete anos e também o aumento levando em consideração os índices utilizados no cálculo (inflação, índice de passageiros por quilômetro rodado, valor do diesel e valor do investimento em reparos na frota).
No entanto, Oliveira alegou que esse valor não deve ser o mesmo que será decretado pela Prefeitura de Campo Grande, mas não quis adiantar qual seria o novo valor, alegando que o cálculo não havia sido feito.
Saiba: A única coisa que a Prefeitura de Campo Grande já adiantou sobre o valor da passagem de ônibus é que o subsídio anual de R$ 12 milhões deve continuar, o que pode reduzir o valor da tarifa.
FONTE CORREIO DO ESTADO