PRE irá investigar cidade do MS por denúncia de assédio eleitoral
A Procuradoria Regional Eleitoral do Mato Grosso do Sul irá investigar se houve assédio eleitoral na cidade de Coronel Sapucaia (MS) . A denúncia é de que a prefeitura tentou forçar beneficiários do Auxílio Brasil a votarem em Jair Bolsonaro (PL) no segundo turno das eleições 2022 .
“Serão solicitadas diligências ao promotor eleitoral de Coronel Sapucaia para instruir o feito”, disse o Ministério Público Eleitoral no estado na manhã desta quarta-feira (2).
O caso foi divulgado pelo programa Profissão Repórter, da TV Globo, apresentado pelo repórter Caco Barcellos. Na reportagem, moradores que aceitaram falar ao programa, disseram que os beneficiários da renda governamental estavam sendo ‘pressionados’ a votar no atual presidente.
“Eu fui [à reunião]. Chegamos lá. Eles, sinceramente, falaram sobre o Auxílio Brasil, porém a parte foi só sobre política – que teria que votar no 22, porque se não, no caso, não teria mais verba para vir para cá, né? Aí pararia com tudo: pararia de fazer o asfalto, as escolas”, contou uma mulher que não se identificou em entrevista ao programa.
Uma senhora que mora ao lado do local onde acontecia a reunião disse que o encontro já estava ocorrendo há três dias.
“Antes não tinha essa reunião não. Disse que era para assinar o negócio do Bolsa Família. Aí ontem que eu ouvi falando que, quando acaba a reunião, o Rudi [Paetzold, prefeito de Coronel Sapucaia] dá R$ 50 para cada um. Rudi é o prefeito daqui”, contou.
Coronel Sapucaia (MS) é uma das três cidades em todo o Brasil que registrou empate entre Lula (PT) e Jair Bolsonaro (PL) no 1º turno, cada um recebeu 4.254 votos. No domingo, o município registrou vitória de Bolsonaro no segundo turno por 4.530 votos, contra 4.090 para o petista.
Nestas eleições, Lula venceu com 60.345.999 de votos (50,9%), contra 58.206.354 (49,10%) de votos em Jair Bolsonaro (PL) , provocando a primeira derrota política do atual chefe do Executivo em sua carreira.
Apesar da derrota, o chefe do Executivo brasileiro teve mais votos computados do que no segundo turno do ano de 2018, quando ele venceu Fernando Haddad (PT) para assumir o planalto. No entanto, ele foi o primeiro presidente a não ser reeleito no Brasil desde 1998, quando foi instituído a possibilidade de um segundo mandato na Constituição Federal.
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