ONU tenta antecipar oito milhões de doses de vacina do Covax Facility ao Brasil

A Organização das Nações Unidas vai antecipar ao Brasil o repasse de quatro milhões de doses de vacina contra a Covid-19. Elas devem chegar já no mês de abril. Outras quatro milhões de unidades ainda podem vir em maio. Os imunizantes fazem parte do consórcio Covax Facility, liderado pela Organização Mundial da Saúde, e já estavam previstos para entrega, mas ainda não havia confirmação de quando chegaram ao país. O anúncio foi feito pelo governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, após uma reunião do Fórum de Governadores com representantes da ONU. Houve um apelo dos gestores estaduais para que o envio das vacinas fosse agilizado.

O governador do Piauí, Wellington Dias, reforçou o pedido. “Se o mundo não cuidar do Brasil, há um risco de que daqui a pouco ter uma variante e nenhuma dessa vacinas funcione. Resolver o problema do Brasil é resolver o problema do mundo. Não queremos passar na frente de ninguém, queremos que seja cumprido o contrato do consórcio com a OMS na forma do cronograma que havia.” No encontro, foi reforçado pelos governadores o fato de o Brasil ser visto como uma ameaça global por ser o epicentro da pandemia no momento. Foi o que destacou o governador de São Paulo, João Doria. “O drama de mais de 365 mil mortes e lamentavelmente a falta de vacina não afeta apenas os brasileiros, mas coloca a salubridade, não só do continente americano, mas do mundo. O drama do Brasil pode ser o drama do mundo.”

Uma carta assinada pelos 27 governadores nesta sexta-feira pede ajuda humanitária à ONU para o Brasil. Além da antecipação de doses, eles pedem auxílio na mediação com a China para antecipar a chegada do IFA usado na CoronaVac. O documento também pede ajuda para compra ou empréstimo de dez milhões de doses da vacina da AstraZeneca que estão em estoque nos Estados Unidos. Outros pontos são a antecipação da transferência de tecnologia para que o Brasil possa produzir o IFA das vacinas e a aquisição de medicamentos e oxigênio usados na intubação de pacientes.

 

O governador do Piauí, Wellington Dias, criticou a falta de uma coordenação nacional no processo. “Desde o começo , nós colocamos claramente: queremos o presidente da República, o ministro da Saúde, na coordenação nacional. O que esperamos? O presidente da República fazer essa relação. Por que estamos indo à ONU? Porque era para o presidente ir, não foi, e estamos buscando.” Wellington Dias também se disse a favor da quebra de patentes sobre vacinas e medicamentos de combate à Covid-19 durante a pandemia para que mais laboratórios possam fabricar os produtos. O assunto pode ser votado pelo Senado nas próximas semanas, mas ainda conta com resistência por parte do governo, que busca uma solução diferente.

fonte: Conteúdo ms

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