Prefeita empresta 338 mil reais a juros, mas declara patrimônio de milão nas eleições

A prefeita interina de Sidrolândia, Vanda Cristina Camilo (PP), cobra na Justiça dívida de quase meio milhão de reais de dois fazendeiros do município. Vanda, que foi eleita vereadora em 2020 e assumiu a prefeitura após Daltro Fiúza ser barrado pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral) na Lei da Ficha Suja, emprestou ao casal de agropecuaristas Paulo Roberto da Costa e Vanessa de Carvalho Meyer o valor de R$ 338 mil e setecentos e oitenta reais em setembro de 2017.

O processo chama atenção pelo valor emprestado não condizer com as rendas declaradas por Vandinha Camilo em sua prestação de contas à Justiça Eleitoral e também por ela processar um dos beneficiados pelo empréstimo, o ex-presidente da Câmara Municipal de Sidrolândia, David Olindo, por calúnia.

O montante, de acordo com o Top Mídia, consta no processo judicial onde Vanda cobra o calote, foi cedido de diversas maneiras: : R$ 25 mil mediante transferência bancária; R$ 186.310,19 através do pagamento de um boleto bancário sem descrição; R$ 75.530,00 a título de honorários advocatícios pagos a David Moura de Olindo (advogado e ex-vereador de Sidrolândia); R$ 16.939,00 a título de intermediação do negócio, sem descrição de quem seria beneficiado com o valor; e mais R$ 35.000,81 em espécie para o casal que contraiu a dívida. O tempo passou e o pagamento não feito. O valor atualizado pela inflação e juros previstos no contrato seria de R$ 554 mil.

 

Apesar do processo seguir na primeira 1ª Vara Cível de Sidrolândia, o montante da dívida, à princípio, não condiz com a renda apresentada por Vanda a Justiça Eleitoral em 2020, quando se candidatou a vereadora.

De acordo com a Justiça Eleitoral, em 2020 Vanda possuía apenas R$ 1.515,93 em uma conta bancária do Sicredi; uma casa no valor de R$ 585 mil e um veículo HRV declarado com valor de R$ 44.804,38, que, inclusive, custa aproximadamente R$ 100 mil pela tabela Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas).

Ou seja, o valor emprestado por Vanda corresponderia a 53,6% do seu patrimônio total, incluindo bens e imóveis. A atual prefeita se declara como servidora municipal aposentada no cargo de agente administrativo da Secretaria de Fazenda de Sidrolândia, com salário de R$ 5 mil (sem os descontos).

Outra questão relevante que consta no contrato de confissão de dívida é que, apesar do empréstimo ter sido realizado por Vanda, o pagamento poderia ser realizado integralmente ao advogado Ademir Mico Camilo, seu próprio irmão.

Ademir e Olindo, beneficiário do empréstimo, respondem por improbidade administrativa por um processo de contratação para prestação de serviços de advocacia e assessoria jurídica à Câmara Municipal de Sidrolândia. Em 2015, Olindo autorizou a contratação de Ademir, mesmo ele sendo irmão do secretário geral da Administração da Câmara, Jurandir Camilo, e de Vanda.

 

 

Com suspeita de irregularidades, o Ministério Público recomendou a anulação do contrato. Do valor global R$ 77.400,00 em 12 meses, Ademir chegou a receber três meses.

Este ano, em meio as fases recursais do processo para a cobrança da dívida com o casal de fazendeiros, Olindo e Vanda se tornaram desafetos e em fevereiro a atual prefeito processou o ex-amigo e parceiro de negócios por calúnia.

Outra curiosidade, as testemunhas do contrato de empréstimo são Jhullie Anne Viana dos Santos e Luiz Carlos Alves da Silva, que é secretário de Fazenda, Tributação e Gestão Estratégica de Sidrolândia, na gestão de Vanda Camilo.

 

fonte: Conteúdo ms

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado.