Filho de Reinaldo tenta tirar denúncia da Justiça Federal e desembargador põe processo em sigilo

Réu no processo decorrente da 7ª Fase da Operação Lama Asfáltica, o filho do governador Reinaldo Azambuja (PSDB), Rodrigo de Souza e Silva, ingressou com habeas corpus na tentativa de declarar incompetência da para julgar o caso. Despacho do desembargador Paulo Fontes determinou o sigilo do processo até que seja decidida em qual instância será o julgamento.

“Compulsando os autos, observo que há necessidade de se decretar o sigilo em relação a eles, restringindo-se o seu acesso às partes e seus respectivos procuradores”, diz decisão do desembargador do TRF3 (Tribunal Regional Federal da 3ª Região), publicada na edição da última terça-feira (2) do Diário Eletrônico de Justiça Nacional.

O sigilo não havia sido solicitado pela defesa de Rodrigo, que entrou com o HC na tentativa de levar o caso para julgamento em Mato Grosso do Sul. “Nosso habeas corpus foi para declarar a incompetência da para apurar. Entendo que a competência é da Justiça estadual e não da federal, porque não há vinculação a fatos ou hipótese de competência federal”, declarou o advogado de Rodrigo, Gustavo Passarelli.

O processo de n.º 5032937-55.2020.4.03.0000 é originário da , após operação da PF () apontando envolvimento de Rodrigo e mais 11 réus na 7ª fase da Lama Asfáltica, que ficou conhecida como Motores de Lama. Deflagrada em novembro de 2020, a operação chegou a fazer buscas na casa e escritório do filho do governador de MS.

A mais recente fase da Operação Lama Asfálticainvestigou a operacionalização de suposto esquema de favorecimento da Ice Cartões Especiais Ltda, contratada pelo Governo do Estado para expedição de CNHs (Carteiras Nacionais de Habilitação) e rastreamento e monitoramento de lacres de segurança em placas veiculares. De 2015 até o ano passado, a empresa recebeu R$ 152,3 milhões pelo contrato. Os atos ilícitos teriam sido cometidos por meio do (Departamento Estadual de Trânsito de Mato Grosso do Sul).

A participação de Rodrigo no esquema teria sido por meio do escritório de advocacia Ferreira e Novaes Sociedade de Advogados, que foi um dos alvos de busca e apreensão durante a operação. O escritório, do qual Rodrigo é sócio, também é implicado na Operação Vostok. De acordo com as investigações do Inquérito 1.190 do (Superior Tribunal de Justiça), eram de lá que partiam as ligações do filho do governador para gerenciar o esquema de desvio de dinheiro da (Secretaria Estadual de Fazenda de MS) com propina da JBS.

Decisões são públicas

Apesar da decretação do sigilo, o desembargador federal reiterou que as decisões sobre o processo que investiga desvios no continuarão sendo publicadas abertamente no Diário da Justiça. “Em que pese o presente feito tramitar em segredo de justiça, entendo que as decisões proferidas são públicas, em atendimento ao princípio constitucional da publicidade”, lembrou o desembargador. Além de Rodrigo, a decisão do sigilo beneficiou outros quatro réus no mesmo processo.

 

 

fonte: Midiamax

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