Índios vão ao MPF denunciar tortura e ameaças de líder de aldeia
rupo de índios da Aldeia Limão Verde, em Amambai, foi até o Ministério Público Federal de Ponta Porã para denunciar sessões de tortura e ameaças a que se opõe ao líder da reserva. Segundo testemunhas, o novo chefe chegou a acusar moradores de bruxaria em uma tentativa de justificar os espancamentos.
Em imagens apresentadas pelas vítimas, é possível ver marcas de agressões, inclusive, no corpo de idosos. Segundo denunciantes, os primeiros registros de violência física começaram no ano passado, quando o novo líder da aldeia foi eleito. desde então, a comunidade onde vivem cerca de 3 mil pessoas vive sob tensão.
“Fizemos uma reunião com o Ministério Público para tratar sobre essas situações. Num ano de pandemia, começaram a acontecer vários casos de violência, torturas, ameaças, homicídios, e diante disso, a aldeia se revoltou e agora pede uma nova eleição, para que outro líder indígena seja eleito”, explicou um dos moradores da aldeia ao site Ponta Porã News. Com medo de represálias, a vítima preferiu não ser identificada.
Na segunda-feira (25), grupo do MPF, autoridades de Ponta Porã, e da Funai (Fundação Nacional do Índio) participaram de reunião para tratar do assunto.
Bruxaria – Um dos casos que estão sendo investigados aconteceu no dia 12 de janeiro,. Segundo a denúncia, uma mulher de 29 anos procurou a delegacia de Polícia Civil de Amambai, depois de ter sido espancada e quase queimada viva por cinco pessoas que a apontaram como ‘bruxa’.
À polícia, a vítima contou que estava em casa, quando foi surpreendida por cinco mulheres e dois homens. Eles estavam armados com martelo, facão e pedaço de madeira. Depois da denúncia, os suspeitos afirmaram que a vítima fazia bruxaria.
Em razão dos episódios de violência, contra crianças, jovens, adolescentes e idosos, os moradores decidiram eleger outra liderança para a aldeia Limão Verde, prevista para acontecer no próximo domingo (31). (CAMPO GRANDE NEWS)