Soja testa os US$ 13/bushel na Bolsa de Chicago nesta 3ª e fecha com mais de 40 pts de alta
Se os US$ 13,00 por bushel eram uma meta para o mercado da soja na Bolsa de Chicago ainda em 2020, nesta terça-feira (29) ele se aproximou muito dela! Já em alta, os futuros da oleaginosa dispararam durante a tarde, marcando mais de 40 pontos de alta na CBOT, levando o janeiro a US$ 12,98 e o março a US$ 12,99 por bushel.
Os ganhos intensos vêm depois de duas sessões de baixas consideráveis, confirmando o que vinham afirmando analistas e consultores de mercado de perdas apenas pontuais da commodity. As notícias que estimulam as cotações seguem fortes e dando ainda espaço para novas altas. E mais uma vez o mercado em Chicago refletiu a combinação de todos estes fatores.
Parte da força entre os preços da soja veio da maior competitividade do produto dos EUA frente ao do Brasil nestes últimos dias, o que volta a atrair a demanda chinesa ao mercado norte-americano.
“Traders comentam sobre o retorno da demanda chinesa por soja americana, principalmente para embarques mais longos. Caso essa tendência se confirme, os estoques americanos podem ficar ainda mais apertados”, explicam os analistas da Agrinvest Commodities. “A margem a partir da soja americana para agosto, setembro e outubro está melhor quando comparada à margem para embarques mais curtos, atraindo, novamente, mais compras por parte da China”.
Ontem, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) reportou, depois de várias semanas, uma nova venda de soja de 358,7 mil toneladas para destinos não revelados. Do total, foram 233,7 mil da safra 2020/21 e 125 iml da 2021/22. Especula-se que a nação asiática seja a compradora.
Aliado a isso, há ainda a continuidade da greve dos trabalhadores portuários e das processadoras na Argentina, que já se estende por quase 20 dias. A paralisação já mantém 173 navios à espera dos embarques de 4,7 milhões de toneladas de soja em grão e derivados, além de comprometer o abastecimento no país.
Uma nova reunião acontece entre as lideranças da paralisação e o Ministério do Trabalho nesta terça-feira (29). Até o fechamento desta edição, uma solução ou um acordo ainda não havia sido divulgado.
“O cenário composto, oferta restrita e demanda crescente, trouxe forte alta para os futuros da soja na Bolsa de Chicago neste ano de 2020. Faltando ainda dois pregões para encerrar o ano, os futuros do grão acumulam alta de US$ 4,70 por bushel, oiu 58,2%, desde as mínimas atingidas no pico da crise da Covid-19 em abril”, explicam os analistas da Agrinvest Commodities.
Além da demanda mais intensa da China nos EUA e da greve na Argentina, há também a preocupação ainda presente do mercado com o clima na América do Sul. As condições em diversas regiões produtoras do Brasil e da Argentina seguem desfavoráveis e ameaçando a safra 2020/21.
O boletim diário do Commodity Weather Group mostra que, nas últimas 24 horas, 35% da área de milho verão e 30% de soja brasileiras receberam algumas precipitações, as quais variam entre 6,4 e 32mm. Os acumulados ainda são baixos e em boa parte das áreas produtoras, insuficientes para que haja um adequado desenvolvimento das lavouras, uma vez que as plantas já vêm passando por um stress hídrico desde o início do plantio.
A Bolsa de Cereais de Buenos Aires divulgou seu novo Panorama Agropecuário Semanal informando que o plantio da soja já alncançou 77,2% da área projetada. Apesar do avanço na semana um pouco mais significativo, os trabalhos de campo ainda estão atrasados em cerca de 1,9% em relação ao mesmo período de 2019. E o atraso se deve, como explicam os especialistas da bolsa, pela falta de condições climáticas para a semeadura.
“E essa falta de condições também para a ‘soja de segunda’ pode também impactar negativamente as estimativas para a produção”, explicam os especialistas da bolsa.
+ Plantio da soja na Argentina chega a 77,2% da área, mas ainda com atraso por conta do clima seco
Fonte: Notícias Agrícolas