“A gente pode transmitir os jogos, sim”, diz vice-jurídico do Flamengo
A Medida Provisória editada pelo presidente Jair Bolsonaro que permite aos clubes mandantes transmitirem seus jogos sem autorização do visitante tem dado o que falar no futebol brasileiro. O Flamengo, clube que encabeçou esse debate e articulou a favor da MP, já planeja usar a medida provisória a seu favor diante do Boavista, pela quinta rodada da Taça Rio, ainda sem data marcada.
Vice-presidente geral e jurídico do clube, Rodrigo Dunshee, em entrevista ao canal Paparazzo Rubro-Negro, explicou a visão do Flamengo sobre a MP e como o clube pretende agir diante da interpretação contrária da TV Globo, emissora que detém os direitos dos demais 15 clubes que disputam o Campeonato Carioca.
“A gente estudou muito, ouviu muita gente. A gente entende que tem algumas situações que permitem chegar à conclusão de que a gente pode transmitir, sim, os jogos nos quais o Flamengo é mandante. No primeiro lugar e mais óbvio, o Flamengo não tem contrato com a Globo. O contrato com a Globo tem uma
cláusula dizendo que o valor global, caso o Flamengo não participassse, sofreria uma redução de 25%, então o não acerto com o Flamengo já está precificado no contrato. Não tem nenhum prejuízo à Globo porque aquilo já estava previsto por ela mesmo. Esse é um primeiro fator a ser considerado pelas pessoas”.
Dunshee também confirmou que o Flamengo recebeu uma notificação da TV Globo em que a emissora afirma que a nova MP assinada por Jair Bolsonaro não valerá no próximo jogo do Rubro-Negro, contra o Boavista, mas ressaltou que o jurídico do clube está traçando a estratégia para se defender.
“A gente está trabalhando. A gente recebeu a notificação da Globo, a gente está respondendo que não estamos em nenhuma iniciativa contra a lei. Estamos nos protegendo, traçando a estratégia, só não posso falar como. Eu espero que eles tenham a grandeza de entender que o momento mudou. Ou eles pagam o que o Flamengo pensa o correto ou a gente passa o jogo. É assim que funciona o livre mercado. É dinheiro na mão ou cada um para o seu lado”