VP jurídico do Fla espera que Globo não carregue ‘pequenas mágoas’ à mesa

O vice-presidente jurídico do Flamengo, Rodrigo Dunshee, diz não ter ficado surpreso com a decisão da Globo em romper o contrato com a federação e clubes cariocas sobre os direitos transmissão do campeonato estadual do Rio de Janeiro. A decisão da emissora carioca veio um dia depois de o time rubro-negro, amparado pela Medida Provisória que alterou a Lei Pelé, fez a transmissão de sua partida pelo Carioca contra o Boavista, que tinha acordo assinado com o canal de televisão.

Para Dunshee, a decisão comprova que a Globo não estava interessada em exibir o Campeonato Carioca sem o Flamengo. “Ela estava procurando um motivo para tentar se desobrigar desse contato”, diz o VP jurídico do atual campeão brasileiro e da Libertadores. O cartola diz que, diante desse rompimento da emissora com os clubes cariocas, vai usufruir livremente dos direitos de transmissão atribuídos ao mandante. “Podemos ceder, colocar na FlaTV ou vender para algum canal de televisão. Vamos exercer a liberdade de poder transmitir nossos jogos. Em um primeiro momento, é isso que faremos.”

Sobre um eventual mal-estar do clube com a emissora da família Marinho, o vice-presidente do Flamengo não espera retaliação em outras negociações – o rubro-negro tem contratos vigentes com a Globo em relação aos direitos de transmissão do Campeonato Brasileiro. “Acho que uma empresa do tamanho da Globo não coloca questões pessoais ou pequenas mágoas acima de uma questão negocial. São negócios e a questão financeira é preponderante”, afirma Dunshee. “Tem como

viver sem TV aberta, mas não temos interesse em abrir mão desta plataforma. O Brasil ainda não é totalmente digitalizado, as pessoas ainda não estão com a tecnologia na ponta da mão. A televisão aberta tem um alcance muito maior, é um veículo que não descartamos de jeito nenhum.”

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Sobre como a MP assinada pelo presidente Jair Bolsonaro, que passa apenas ao mandante de um evento esportivo o direito de negociar como vai exibir a disputa, Rodrigo Dunshee reafirma o discurso de que trata-se de uma medida benéfica não apenas para o Flamengo, mas para os rivais e, principalmente para o consumidor. “Se a MP não fosse benéfica, não lutaríamos por ela. Achamos, por uma questão de princípio, que o correto é ter liberdade de negociação, é o que vemos em outros países mais desenvolvidos. A liberdade beneficia o telespectador e também os clubes na parte financeira. Estamos em um período de transição, ainda vamos organizar quais plataformas vamos usar, mas é positivo para todos os clubes.”

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