Rota Bioceânica deixará viagem para a China 23% mais curta

A Rota Bioceânica é um corredor rodoviário que vai possibilitar a conexão do Centro-Oeste brasileiro com os portos chilenos, proporcionando mais competitividade no escoamento da produção agrícola e industrial.

A redução no tempo de viagem até a China, por exemplo, será de 23% (12 dias a menos) em comparação ao trajeto pelo Porto de Santos (SP), além da redução do custo do transporte rodoviário para exportações e importações, conforme dados da Empresa de Planejamento e Logística (EPL).

Hoje, às 14h, autoridades e pesquisadores vão debater as oportunidades e os impactos da construção da rota internacional.

A ação faz parte do projeto de pesquisa e extensão “Corredor Bioceânico” da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS). Serão abordados aspectos econômicos, sociais e históricos da obra.

“Será a oportunidade de levar o conhecimento produzido até agora para a população. Teremos a participação de autoridades, que vão falar sobre a importância do Corredor Bioceânico, e dos pesquisadores, que vão apresentar os resultados parciais, e esperamos a participação de representantes de entidades, empresários e comunidade em geral, que serão beneficiados por essa rota”, disse o coordenador do projeto, professor Erick Wilke, da Escola de Administração e Negócios (ESAN/UFMS).

Participação

Entre as autoridades que vão participar da live está o ministro de carreira diplomática do Ministério das Relações Exteriores João Carlos Parkinson, que é o coordenador nacional dos Corredores Rodoviário e Ferroviário Bioceânicos.

O titular da Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar (Semagro), Jaime Verruck, o pró-reitor de Extensão, Cultura e Esporte (PROECE) da UFMS, Marcelo Fernandes Pereira, e o deputado federal Vander Loubet (PT/MS), autor da emenda parlamentar que destinou recursos para a realização da pesquisa, também participarão do encontro on-line.

Na ocasião, serão apresentados os estudos que estão sendo realizados no âmbito do projeto.

Para o ministro João Carlos Parkinson, um dos aspectos que a universidade pode contribuir é com relação ao impacto social.

“A infraestrutura física quando é implantada gera externalidades positivas e negativas. As positivas vão ser exploradas pelo setor privado, como os novos fluxos de comércio, novos investimentos, mais emprego, acesso à tecnologia. Agora têm as questões negativas, que são igualmente importantes, como, por exemplo, o aumento do consumo de drogas, como a modernidade vai conviver com as culturas tradicionais. São questões em que é importante abrir o espaço para o pensamento, para a ação universitária”, analisa.

São cinco eixos prioritários no projeto: Economia, Turismo, Logística, Direito e História.

As pesquisas estão centradas em resultados consistentes para a promoção do desenvolvimento econômico e social nos territórios por onde o Corredor Bioceânico passará.

O projeto poderá beneficiar gestores públicos, entidades, empresários, empreendedores, agricultores familiares e sociedade civil em geral.

Rota

O corredor consiste em uma rota rodoviária que possibilitará a conexão viária do Centro-Oeste brasileiro aos portos chilenos de Antofagasta e Iquique, no Pacífico.

Uma das principais obras é a ponte sobre o Rio Paraguai, que deve começar a ser construída em 2021. Com extensão de 680 metros, a ponte ligará os municípios de Porto Murtinho e Carmelo Peralta (Paraguai).

A licitação para contratação de empresa que fará o projeto de acesso à ponte foi lançada no dia 29 de junho pelo Ministério de Infraestrutura, por meio do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT).

No Paraguai, o Ministério de Obras Públicas e Comunicações anunciou que vai realizar a inauguração de mais 12 km de pavimentação em Loma Plata até o fim de julho, concluindo 104 km do total de 277 km que integram a rota na região.

O debate será transmitido pelas redes sociais.

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