Ronaldinho preso há 100 dias no Paraguai: como está o caso e o que explica a investigação demorada

Ronaldinho Gaúcho e Roberto Assis completam neste domingo 100 dias de prisão no Paraguai por terem entrado no país com documentos falsos.

Até agora, foram 32 dias detidos na Agrupación Especializada de Assunção e desde então mais 68 no Hotel Palmaroga em prisão domiciliar.

Os irmãos esperam pela investigação em curso do Ministério Público (o que pode durar até setembro) e pelo pedido de liberdade que o advogado Sergio Queiroz entrou em maio, mas que por enquanto não foi apreciado pela Justiça paraguaia.

© Fornecido por ESPN Atacante segue no país após ser preso em Março

À reportagem, a defesa dos ex-jogadores diz que o recurso “visa que sejam reconhecidas as nulidades processuais, a ilegalidade da prisão e a inocência”.

O Judiciário do país, porém, segue em ritmo mais lento do que o normal por causa do isolamento social decretado pelo governo devido à pandemia de COVID-19.

A investigação tenta encontrar as razões para que Ronaldinho e Assis tenham pedido e utilizado passaportes e cédulas de identidade falsificados no Paraguai.

Os promotores já sabem que havia um esquema de produção de documentos alterados dentro do Ministério do Interior, e a empresária Dalia López – responsável por levar o astro ao país e apontada como um dos braços neste plano organizado – está foragida desde que a história veio à tona em março passado.

Por enquanto, mais de 20 pessoas estão sob investigação – funcionários do ministério estão presos, assim como o empresário brasileiro Wilmondes Sousa Lira (intermediário que apresentou Dalia aos irmãos Assis), detido desde 4 de março, dia em que Ronaldinho chegou ao Paraguai.

A perícia dos celulares de Roberto Assis já foi concluída, e a análise acontece em ritmo lento, segundo apurou a ESPN. Isso porque os promotores designados pelo MP para seguir o caso Ronaldinho não possuem apenas esta investigação para tomar conta.

Os fiscais ocupam a agenda diária também com ocorrências envolvendo crime organizado, lavagem de dinheiro e narcotráfico.

Com outras atribuições cotidianas, a análise da perícia e a possível participação de 20 pessoas em um esquema de falsificação dentro do governo, o MP trabalha em seu limite, e por isso o caso Ronaldinho não possui avanços nas últimas semanas.

Assim, o pentacampeão mundial continua no Hotel Palmaroga à espera de uma decisão da Justiça para sua possível liberdade sem poder deixar o local. Desde que chegou ao Paraguai há 102 dias, Ronaldinho compartilhou momentos com outros presos da Agrupación Especializada (jogando futevôlei e futsal) e concedeu duas entrevistas do hotel onde está – para o diário local ABC Color e o jornal espanhol Mundo Deportivo.

Ele também já apareceu em algumas lives de músicos brasileiros e tem o Hotel Palmaroga à sua inteira disposição (não há outros hóspedes além dele, de Assis, do advogado Sergio Queiroz e de um “faz-tudo”)

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